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Liderança industrial de volta aos EUA

Veículo: valoronline.com.br
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Liderança industrial de volta aos EUA

A era da terceirização industrial generalizada dos EUA na China está chegando ao fim, segundo um estudo que aponta para um renascimento da indústria de transformação americana ao longo dos próximos cinco anos.

Relatório do Boston Consulting Group prevê que até 2015, graças ao aumento da produtividade e de salários relativamente baixos, os Estados Unidos tenderão a ficar um pouco à frente da China como base para fabricação de muitos dos bens destinados à venda na América do Norte. Outro fator importante é o rápido crescimento dos salários em muitas regiões da China, o que está reduzindo o incentivo à produção no país de itens que não sejam destinados à venda em seu mercado doméstico.

Salário e dólar baixos favorecem retomada industrial nos EUA

A era da terceirização industrial generalizada de produção dos Estados Unidos na China está chegando ao fim, segundo um estudo que aponta para um renascimento da indústria de transformação americana ao longo dos próximos cinco anos.

O relatório do Boston Consulting Group (BCG) prevê que até 2015 - levando em conta o bom crescimento da produtividade e os salários relativamente baixos - os EUA provavelmente ficarão um pouco à frente da China como base para fabricação de muitos dos bens destinados à venda na América do Norte.

Outro fator importante é o rápido crescimento salarial em muitas regiões da China, o que está reduzindo o incentivo à produção, naquele país, do que não seja para ser vendido em seu grande mercado doméstico.

O estudo será bem recebido pela Casa Branca, onde o presidente Barack Obama fez do relançamento da produção nos EUA um importante componente dos planos para uma recuperação econômica sustentada.

Em meses recentes, grandes empresas, como a Caterpillar, General Electric e Ford, anunciaram planos de novos investimentos industriais nos EUA, ao mesmo tempo em que o setor produtivo cresceu a uma taxa anual estimada em 9,1% no primeiro trimestre de 2011, fazendo desse o setor em mais rápido crescimento na economia americana.

No entanto, é pouco provável que essa melhora prevista para a sorte da indústria americana seja suficiente para permitir que o país recupere o título de maior fabricante industrial do mundo, que manteve durante mais de um século, até ter sido superada pela China no ano passado.

Hal Sirkin, sócio sênior do BCG, disse que a esperada "imensa demanda" de produtos pela indústria e consumidores chineses nas próximas décadas deverão ser suficientes para manter a China em primeiro lugar durante algum tempo, quando a oferta da maior parte desses produtos seria originada em fábricas baseadas na própria China.

"Todas as indicações são de que os EUA continuarão a ser um forte número dois [na indústria de transformação] e permanecerão bem à frente de outros países, como os da Europa Ocidental, onde as tendências econômicas são menos favoráveis", disse Sirkin.

John Makin, um acadêmico no American Enterprise Institute, um instituto de pesquisas e planejamento, afirmou que o crescimento previsto para a indústria americana é coerente com as tendências segundo as quais um número crescente de empresas americanas está reorientando a produção para "bens mais sofisticados que podem ser produzidos com novas tecnologias poupadoras de mão de obra".

Dan DiMicco, diretor-executivo da Nucor, a segunda maior produtora de aço nos EUA, afirmou que muitas empresas americanas têm uma "grande oportunidade", na próxima década, de aumentar a sua produção no país, beneficiadas pela desvalorização do dólar.

No ano passado, a China respondeu por 19,8% da produção industrial mundial, marginalmente à frente da participação de 19,4% dos EUA, segundo dados da IHS Global Insight, uma empresa de consultoria. Em 1990, a China respondeu por apenas 3% do total.

O estudo da BCG diz parecer provável que os custos salariais do setor industrial chinês subam 17% ao ano nos próximos cinco anos, em comparação com apenas 3% ao ano nos EUA.

Embora a produtividade do operário chinês médio tenha crescido dez vezes nos últimos 20 anos, ainda é inferior a um terço do valor comparável nos EUA, compensando o fato de que os salários chineses são tipicamente um décimo dos praticados nos EUA.

Uma vez que os custos de pessoal representam, normalmente, 20% a 30% dos custos totais de produção, e que outros custos, como os de equipamentos, frequentemente não são inferiores aos de outros países, é improvável que em torno de 2015 a China tenha conseguido alcançar uma vantagem de custos sobre as fábricas dos EUA na fabricação de muitos produtos para o mercado americano.

Os produtos cuja fabricação seria, aparentemente, mais atraente nos EUA incluem aqueles feitos em pequenas quantidades e que envolvem muitas mudanças de projeto, tais como maquinário para construção civil e mobiliário.

Itens produzidos em grandes lotes e com pouca variação - como telefones celulares e televisores continuarão a ser fabricados na China, mesmo para venda nos EUA, segundo o estudo.



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