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O Banco Central estuda medidas para tornar mais eficiente o mercado de renda fixa privado no país.

Veículo: Estadão
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O Banco Central estuda medidas para tornar mais eficiente o mercado de renda fixa privado no país.

O volume financeiro de fusões envolvendo companhias brasileiras no primeiro trimestre caiu, mas executivos de bancos avaliam que isso não muda a tendência de forte atividade esperada para este ano.

Segundo o Emerging Markets M&A Review, uma publicação da Thomson Reuters, as operações anunciadas de janeiro a março com empresas nacionais somaram 18,55 bilhões de dólares, volume 26,9 por cento menor do que no mesmo período do ano passado.

Para profissionais da área, esse declínio pode ser explicado em parte pela corrida de investidores e bancos para anunciar operações no final de 2010. De outubro a dezembro, as transações anunciadas com empresas do país somaram 32 bilhões de dólares.

"Às vezes um dado momentâneo pode provocar alguma distorção na comparação trimestral, mas a tendência para o Brasil segue positiva", disse o vice-presidente e chefe da área de banco de investimentos do Itaú BBA, Jean-Marc Etlin.

Um argumento que sustenta esse raciocínio é o volume envolvido nas operações completadas entre janeiro e março, de 19 bilhões de dólares, 90 por cento a mais que em igual etapa do ano passado.

Segundo especialistas no ramo, o encarecimento dos ativos domésticos por causa da valorização do real contra o dólar e fatores externos como a crise da zona do euro e os conflitos em países árabes não estão desestimulando investidores internacionais que tenham interesse em ativos do país.

"Comparado com outras regiões, como a Europa, o Brasil é um eldorado para os investidores", afirmou o diretor de fusões e aquisições do Santander Brasil, Flávio Valadão.

"Tem consolidação para acontecer em muitos setores e ninguém que tenha pretensões de longo prazo vai querer correr o risco de perder um bom negócio por causa de um evento pontual", adicionou.

Em outra frente, o cenário mais instável para captar recursos com emissão de ações está sendo contornado, uma vez que os potenciais consolidadores estão recorrendo a outras ferramentas, como troca de ações e emissão de bônus. Nos últimos anos, o dinheiro levantado em ofertas de ações foi um dos principais propulsores das fusões no Brasil.

Na verdade, isso poderia estar até ajudando, disse o chefe da área de banco de investimentos do Goldman Sachs no Brasil, Daniel Wainstein. O raciocínio é que, com um horizonte menos animador para vender ações, algumas empresas podem preferir vender participações a investidores estratégicos.

"No passado, o fechamento da janela de mercado de capitais permitiu algumas fusões e aquisições e, inversamente, com o aumento da atividade de mercados de capital, também podemos vê-lo afastando algumas operações privadas."

Assim, a previsão é de que os volumes sigam crescendo este ano, mesmo após um salto de 76 por cento em 2010, para o recorde de 120,6 bilhões de dólares.

"Vejo que os empresários estão a ponto de tomar decisões estratégicas importantes em todas as direções, seja crescer via aquisições ou crescer organicamente, disse o diretor para Brasil e América Latina do Rothschild, Luiz Muniz.

PANORAMA SETORIAL

O segmento com mais atividade com fusões de janeiro a março no mercado brasileiro foi o de telecomunicações, pontuada pela incorporação da Vivo pela Telesp, numa operação de 5,5 bilhões de dólares.

O setor de energia foi o vice-líder, puxado pela compra da Elektro pela Iberdrola, com um montante de 2,9 bilhões de dólares, segundo os critérios do levantamento.

A área financeira apareceu em terceiro no ranking.

Juntos, os três primeiros responderam por dois terços do movimento total no período.

Para especialistas, esse quadro também deve mudar ao longo do ano. Valadão, do Santander, vê mais operações com empresas de alimentos e bebidas e de bens de consumo. Já Etlin, do Itaú BBA, aponta companhias de agribusiness, com destaque para as de açúcar e álcool, e de infraestrutura, sob liderança das ligadas a logística.


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