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Cabra e Bicho-da-Seda Podem Produzir Teia de Aranha

Veículo: revistagalileu.globo.com
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Cabra e Bicho-da-Seda Podem Produzir Teia de Aranha

Cientistas realizam modificações genéticas para que animais façam fibra resistente em escala industrial

Não é só nos filmes do Homem-Aranha que a teia dos aracnídeos tem mil e uma utilidades. O material ultra-resistente é estudado por pesquisadores em busca de tecidos de alta performance e até para desenvolvimento de nanotecnologia.

O biólogo molecular Randy Lewis, da Universidade de Wyoming, desenvolveu cabras geneticamente modificadas que produzem leite com a proteína da teia e cultiva alfafa com a mesma substância há alguns anos.

Editora Globo
Casulos de bicho-da-seda // Foto: Shutterstock
Agora, em conjunto com o pesquisador Malcolm Fraser, da Universidade de Notre Dame, ele anunciou a criação de um bicho-da-seda que, em vez da fina e delicada fibra das echarpes, produz teia de aranha, o que pode facilitar muito a vida dos cientistas, já que as fibras, neste caso, viriam em forma de fios.
No leite da cabra e na folha da alfafa é necessário um processo de separação e recomposição dos fios da teia.

O desafio dos cientistas agora é incorporar as propriedades mecânicas da teia na seda produzida pelos bichos. Como cada casulo produz cerca de 800 metros de fios de seda tratados, os pesquisadores acreditam que em um ano poderão produzir a seda de aranha em escala industrial.

A teia, um dos materiais mais valiosos da natureza atualmente, poderia servir para produção de ligamentos artificiais, curativos resistentes, armaduras e até corda de para-quedas. Na medicina, as fibras de seda de aranha poderiam ser usada para transportar remédios em nanoescala aos lugares certos do corpo.

Segundo a Popular Science, Lewis trabalha com o desenvolvimento da teia em outros animais há 12 anos. De cada litro de leite de suas "cabras-aranha", ele extrai cerca de 28 gramas de teia. Seriam necessárias 100 aranhas de verdade para produzir a mesma quantia. E para garantir que seus bichos-da-seda estavam realmente produzindo teia, os cientistas marcaram o DNA da aranha com proteína fluorescente. O resultado: bichos com olhos vermelhos, seda verde fluorescente e um bom argumento para filme de ficção científica.


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