Notícias

Mais dólares no país

Veículo: O Globo
Seção:
Página:

Mais dólares no país


O ritmo de entrada de dólares no país acelerou muito logo após o carnaval, aumentando ainda mais a liquidez no mercado local e, mesmo com a maior instabilidade externa após a tragédia que abalou o Japão, a tendência é que o Brasil continue atraindo mais recursos. Só entre os dias 9 e 11 passados, segundo o Banco Central (BC), o fluxo cambial — entrada e saída de moeda estrangeira do país — estava positivo em US$6,006 bilhões, acumulando no mês todo US$7,429 bilhões. No ano, a cifra já chegava a US$30,361 bilhões, o melhor resultado desde 2007, quando naquele ano todo entraram no país US$87,454 bilhões.

Ontem, a moeda americana fechou a R$1,674, com alta de 0,42%. É o maior patamar desde 23 de fevereiro, quando fechou a 1,675. De manhã, a moeda chegou a cair, mas acabou sendo pressionada pelo cenário de maior aversão a risco no exterior, por temores de agravamento da crise nuclear no Japão.

— A moeda teve valorização global hoje (ontem), em função do possível agravamento da crise japonesa — afirma Luiz Antônio Abdo, gerente da mesa de câmbio da Souza Barros. — Mas, diante da forte entrada de dólares no Brasil, não estamos vendo uma alta expressiva das cotações.

Diante dos números, a curto prazo, são poucas as chances de o dólar voltar a subir para o patamar de R$1,70. O desempenho da semana passada foi puxado sobretudo pela conta financeira, por onde passam os investimentos estrangeiros diretos e no mercado financeiro (ações e renda fixa), mas também contou com a ajuda da conta comercial, que voltou a ficar no azul. Esta, entre os dias 9 e 11, registrou superávit de US$1,168 bilhão, acumulando no mês saldo positivo de US$510 milhões. Já a conta financeira registrou entradas líquidas de US$4,838 bilhões na semana passada, elevando o superávit do mês a US$6,919 bilhões.

 

BC comprou no mercado US$1,6 bi

 

O país continua recebendo muitos dólares de fora por causa das boas perspectivas de crescimento econômico, acima de 4% neste ano, e pela elevada taxa básica de juros, hoje em 11,75% ao ano, que remuneram os títulos públicos. A aceleração da última semana também veio com o temor de o governo anunciar novas medidas cambiais, para evitar que o dólar americano perca ainda mais força sobre o real. Antes do carnaval, houve muita especulação de que o governo pudesse anunciar mais ações e isso pode ter antecipado algumas operações.

— O cenário internacional está complicado, com Japão e Líbia, e isso traz mais dinheiro para cá. A economia e a política do Brasil estão sólidas — afirmou o diretor de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel, acrescentando achar muito difícil o dólar ganhar força a curto prazo.

O nível atual da moeda prejudica as exportações e, consequentemente, as contas externas brasileiras. Apesar disso, também na semana passada, o BC continuou atuando no mercado de câmbio sem mudar muito a intensidade. Ao todo, comprou US$1,601 bilhão em leilões no mercado à vista e a termo (com datas de liquidações diferenciadas) entre os dias 9 e 11. No mês, suas ações somam US$4,266 bilhões.




Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar