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Risco de contaminação nuclear tira mil pontos do Ibovespa

Veículo: Brasil Econômico
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Risco de contaminação nuclear tira mil pontos do Ibovespa

Com a aversão ao risco generalizada nos mercados globais devido ao risco iminente de uma contaminação nuclear no Japão, deflagrada pelos fortes tremores da semana passada, o Ibovespa caiu 1,50%.

Com a queda, o índice perdeu mil pontos e encerrou aos 66.003 pontos. O giro financeiro foi elevado, alcançando R$ 8,634 bilhões, com a realização de 670.159 negócios.

"Também tivemos dados dos Estados Unidos que não vieram bons, o que ajudou a pressionar os índices. Mas em primeiro plano nos mercados está a catástrofe no Japão e a incerteza se o governo conseguirá controlar o vazamento. Isso vai afetar o crescimento econômico do país ", diz Paulo Hegg, operador de mesa da Um Investimentos.

Na agenda de indicadores, o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos avançou mais que o dobro das estimativas dos analistas em fevereiro. O indicador de preços pagos a fábricas, agricultores e produtores em geral marcou alta de 1,6%, ante previsão de aumento de 0,6%.

Já o déficit em conta corrente americano recuou, mas ficou acima dos US$ 110 bilhões estimados, com US$ 113,35 bilhões no quarto trimestre de 2010.

Pela primeira vez desde o tsunami que devastou a costa nordeste japonesa, as bolsas asiáticas registraram valorização, com surpreendentes 5,68% de alta na bolsa de Tóquio.

Entretanto, o repique positivo não foi suficiente para animar os outros mercados e as bolsas europeias fecharam novamente em queda, com perda de 1,70% no FTSEurofirst 300, principal índice local.

Nos Estados Unidos a queda foi ainda maior, com Dow Jones derretendo 2,04%. Standard & Poor's e Nasdaq caíram 1,95% e 1,89%, respectivamente.

De acordo com Hegg, as perspectivas não são das melhores para os próximos pregões na BM&F Bovespa. "No curto prazo haverá indefinição".

Mesmo que o Japão solucione seu desafio nuclear, os conflitos no Oriente Médio e norte da Àfrica, embora esquecidos, continuam em curso e devem retomar a atenção — e o temor — dos investidores.

Petróleo

O barril de petróleo teve alta de 0,82%, para US$ 97,98, na bolsa de Nova York. Em Londres, o barril do petróleo tipo brent saltou 2,33%, para US$ 110,32.

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos registraram alta de 1,75 milhão de barris na semana encerrada no dia 11 de março de 2011, ante a semana anterior.

Destaques

As blue chips Vale (VALE5) e Petrobras (PETR4) prejudicaram o desempenho do Ibovespa com quedas de 2,53% e 0,93%, cada uma.

As perdas no setor siderúrgico também afetaram o índice paulista. As ações da Usiminas (USIM3) perderam 5,51% em meio às especulações do aumento da participação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Gerdau na empresa.

Além disso, o fator Japão pesou sobre a negociação, já que os investidores acreditam que a Usiminas teria preferência no fornecimento de aço para a reconstrução de parte do país. "Mas eles estão vendo que esse é um processo que pode demorar mais", diz Hegg.

A demora é creditada aos desdobramentos da tragédia com os problemas enfrentados nas usinas nucleares, que coloca em segundo plano a reconstrução, além da "sobra" de aço no mercado asiático. "Não é tão fácil ser o principal agente do mercado de aço por lá", completa o analista.

Redecard e Cielo repetem o cenário de queda com rumores de que novos concorrentes surjam no setor de cartões. RDCD3 caiu 4,82% e CIEL3 perdeu 4,68%.

Em meio às incertezas internacionais, as ações de empresas ligadas ao consumo interno se destacaram na ponta positiva do Ibovespa. Ativos da Cyrela Realty (CYRE3), da MRV Engenharia (MRVE3) e da Lojas Renner (LREN3) tiveram alta de 3,61%, 2,36% e 1,47%, respectivamente.

Câmbio

No mercado de câmbio, o dólar terminou no maior nível em três semanas frente ao real, com alta de 0,42%, a R$ 1,674 na venda. É o maior patamar desde 23 de fevereiro, quando fechou a R$ 1,675.



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