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Barreiras argentinas para os têxteis estão valendo

Veículo: O LIBERAL
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Barreiras argentinas para os têxteis estão valendo

Americana  - As novas barreiras impostas pela Argentina às importações para produtos brasileiros entraram em vigor ontem. São 200 novos itens afetados pelo sistema de LNA (Licenças Não Automáticas) anunciados pelo Ministério da Indústria da Argentina. Entre as mercadorias aparecem 28 têxteis e de confecção que possuíam licenças automáticas. A medida vai afetar diretamente a indústria da RPT (Região do Pólo Têxtil de Americana) e já existe estimativa de grande prejuízo causado ao setor têxtil da região. A resolução foi divulgada em 15 de fevereiro. 

O presidente do Sinditêxtil (Sindicato das Indústrias Têxteis do Estado de São Paulo), Alfredo Emílio Bonduki, calcula um prejuízo anual de US$ 25 milhões com a medida. Ele explicou que a restrição vai afetar 6% das exportações brasileiras de produtos têxteis para a Argentina e a medida está causando grande preocupação no empresariado do setor, já que o país vizinho é o principal mercado brasileiro. No ano passado, o Brasil exportou para a Argentina 70 mil toneladas de produtos têxteis e confeccionados, o que representou US$ 391,8 milhões.

Entre os 28 novos itens que estão afetados pelo sistema LNA são tecidos planos, fios sintéticos, malha de fios coloridos, fios retorcidos, fios de filamentos sintéticos, tecidos estampados de algodão, fibras acrílicas e outros todos produzidos por indústrias da região de Americana. Bonduki exemplificou o tecido plano, onde mais de 40% da produção brasileira é proveniente da RPT.

O principal problema na avaliação do sindicato é que o empresariado têxtil trabalha com moda e o tempo de entrega influencia diretamente nos negócios. De acordo com Bonduki, o tempo para obter as licenças de importação estabelecidas pela OMC (Organização Mundial do Comércio) é de até 60 dias, mas a Argentina atrasa o procedimento e  não cumpre o prazo, que demora até 180 dias.

Para o presidente do Sinditêxtil, as barreiras foram impostas em péssimo momento para o setor, que já estava enfrentando dificuldades desde novembro com o aumento da matéria-prima, como o algodão, que provocou a descapitalização das indústrias, além da questão cambial.



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