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IBGE: oferta de crédito favoreceu produção de máquinas

Veículo: Estadão
Seção: Economia
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IBGE: oferta de crédito favoreceu produção de máquinas

RIO - O aumento de 1,8% na produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) em janeiro contra dezembro pode refletir uma "corrida" das indústrias à linha de crédito, avaliou hoje o economista da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo. O Programa de Sustentação de Investimento (PSI), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), oferece financiamento para compra desses bens e termina em março deste ano, conforme lembrou o economista.

Na avaliação de Macedo, a procura pelo PSI aqueceu o ritmo de produção no primeiro mês do ano. Para ele, o desempenho de bens de capital na margem foi benéfico para o desempenho da atividade industrial como um todo em janeiro, na comparação com dezembro, de acordo com dados divulgados hoje pelo IBGE.

O economista lembrou que, em dezembro, a indústria de bens de capital mostrava queda de 0,8% ante novembro. Isso significa, na sua avaliação, que o resultado de janeiro reflete uma recuperação em relação à queda do mês anterior. "Não foi somente bens de capital que beneficiou a indústria em janeiro. Entre as quatro categorias de uso pesquisadas, tivemos aumentos na atividade, na margem, em três delas, incluindo bens de capital. Isso acabou sendo positivo para a indústria como um todo no período. E bens de capital ajudou nisso", completou o especialista.

Bens duráveis

Segundo Macedo, o salto de 6% na produção de bens duráveis em janeiro contra dezembro refletiu a recuperação das atividades industriais deste ramo após efetuarem "paradas" no último trimestre de 2010, devido a férias coletivas ou ajustes à menor demanda.

Entre os que promoveram férias coletivas estão as indústrias de material eletrônico e de equipamentos de comunicações, cuja produção subiu 35,5% em janeiro contra dezembro. Macedo comentou que o ramo de bens duráveis é um dos que mais sofrem com a entrada de importados no mercado brasileiro, devido ao dólar mais fraco.

Um dos segmentos que mostraram forte recuperação foi o de celulares, cuja atividade industrial acumulava queda de 11,9% no quarto trimestre de 2010, ante igual trimestre em 2009. Em janeiro deste ano, a produção de celulares subiu 25,8% ante janeiro de 2010.

No entanto, mesmo com a melhora no cômputo geral de duráveis, Macedo comentou que a produção de eletrodomésticos continua negativa, com queda de 5,9% em janeiro contra dezembro. No quarto trimestre de 2010, a produção de eletrodomésticos caiu 4,5% contra igual período em 2009.

Bens intermediários

A queda de 0,4% na produção de bens intermediários em janeiro ante dezembro refletiu os desempenhos mais fracos nas indústrias têxtil e de refino de petróleo e álcool no primeiro mês do ano, na avaliação de Macedo. A produção da indústria têxtil caiu 8,3% em janeiro deste ano comparativamente a janeiro de 2010. De acordo com o especialista, somente o indicador de média móvel trimestral da indústria têxtil mostrou queda de 1,1% no trimestre encerrado em janeiro ante o trimestre finalizado em dezembro.

Macedo lembrou que esta atividade atualmente sofre com o alto preço do algodão no mercado internacional, o que encarece custos e acaba levando a recuos no nível de produção industrial no setor. Já a produção de refino de petróleo mostrou queda de 4,1% em janeiro deste ano ante janeiro de 2010, e caiu 2,3% em janeiro contra dezembro. Macedo observou que deve ter ocorrido algum tipo de parada na atividade de refino, entre dezembro e janeiro, que levou aos resultados negativos na produção.


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