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Indústria começa ano com números positivos

Veículo: DCI
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Indústria começa ano com números positivos

A balança comercial regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp Campinas) apresentou uma movimentação de US$ 5,6 bilhões em 2010. O saldo da balança comercial foi negativo em US$ 145 milhões quando o movimento de importações ficou em US$ 2, 8 bilhões e o de exportações em US$ 2,7 bilhões. Em relação a 2009 o crescimento da balança comercial foi de 22,5%, quando de janeiro a dezembro foi de US$ 4,6 bilhões. No entanto, em relação a 2008 o resultado ficou 57% menor, quando foi registrada uma movimentação de US$ 8,7 bilhões. Os dados foram divulgados pelo Ciesp Campinas. A pesquisa de Sondagem Industrial realizada pela Faculdades de Campinas (Facamp), em parceria com o Ciesp Campinas em dezembro de 2010 e janeiro deste ano abordou questões específicas sobre os impactos das importações na indústrias da região metropolitana de Campinas (RMC). A pesquisa apontou que 37% das empresas que importaram, a maioria, 85,7%, importou insumos industriais, 9,5% importaram produtos industrializados e 4,8%, máquinas e equipamentos.

Na avaliação do diretor titular do Ciesp Campinas, Natal Martins, isso caracteriza claramente um quadro de desindustrialização, pois a maior parte das importações refere-se aos insumos industriais, os quais agregam matérias primas, componentes e peças, ou seja, um número considerável de indústrias da região está deixando de adquirir estes produtos de empresas nacionais para importar. "O aspecto negativo disso é que se tem um fabricante nacional que faz o mesmo componente e o industrial consegue comprar lá fora mais barato e está deixando de comprar aqui dentro isso mostra um forte processo de desindustrialização", comenta.

Na avaliação de Natal Martins esse processo de desindustrialização tende a aumentar se nada for feito com relação a política cambial, a competitividade, o custo Brasil e a Legislação trabalhista, o que pode ser negativo e prematuro para o Brasil, pela renda per capita que se tem hoje que é baixa pois precisa da indústria, pois em torno dela gravita todos os seguimentos da economia. "Os Estados Unidos enfrentaram um processo de desindustrialização, mas com uma renda per capita muito alta, então a parte de serviços e comércio deu sustentação à economia e isso pode não ocorrer no Brasil", diz. A sondagem industrial mostrou também que a participação das importações no faturamento das empresas representa até 25% para 81% dos respondentes. Para este grupo, em 94,1% dos casos o bem importado foi insumo industrial. Para 9,5% das empresas, as importações representam de 26% a 50% do faturamento da empresa. Nesta faixa, as importações são compostas igualmente por insumos industriais e máquinas e equipamentos. A participação das importações no faturamento na faixa acima de 51% foi apontada por 9,5% das empresas.

A origem dos bens importados apontam que 50% veio da União Européia, destes, 70% são insumos industriais. As importações oriundas da China representaram 20% e dos Estados Unidos 30%. A importação de máquinas e equipamentos veio da União Européia e os produtos industrializados da China. A importação da China cresceu sensivelmente, o que mostra que isso pode estar acarretando numa redução importante dos custos para as indústrias regionais. "A indústria tem de otimizar seus resultados e seus custos. Se ela procura fornecedores na China é porque está conseguindo comprar componentes para o seu produto e tem encontrado na China produtos competitivos para agregar ao seu produto, o que mostra que essa empresa está preocupada com a competição e com o custo de seu produto", avalia Martins.



Capacidade instalada

A sondagem industrial da Facamp/Ciesp mostrou que em janeiro 56,82% das empresas operam com capacidade instalada de produção superior a 70%. Este índice é ligeiramente maior em relação ao mesmo período do ano passado, quando 55% das empresas operavam com a capacidade instalada entre 70% e 100%. Embora muito próximos, os números de janeiro são expressivos quando comparados com 2010, pois naquela ocasião ainda vigorava a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, linha branca e material de construção.



Investimentos

A indústria cresceu em 2010 na ordem de 12% e houve maturação dos investimentos. Comparando janeiro de 2011 com janeiro de 2009 houve inversão no planejamento dos investimentos. No primeiro mês de 2009, 87% das empresas apontaram que pretendiam não investir ou diminuir o investimento planejado. Já em janeiro deste ano, 70,5% das empresas declararam que pretendem manter ou aumentar os investimentos planejados.

A indústria da RMC começou 2011 com boa geração de empregos - o melhor janeiro dos últimos 6 anos -, com 2.050 contratações (variação positiva de 1,18%). Em dezembro passado o índice foi negativo: foram eliminados 750 postos de trabalho na região. Nos últimos 12 meses, o acumulado de 9,08%, representando acréscimo de 14.500 postos de trabalho. Se comparar janeiro de 2010 e 2011, temos um cenário praticamente estável em -0,01%.



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