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Varejo bate recorde de vendas

Veículo: Jornal do Comércio
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Varejo bate recorde de vendas

O câmbio, responsável pela contenção da produção da indústria nos últimos meses do ano passado, ajudou o comércio varejista a registrar um volume recorde de vendas em 2010. O setor cresceu 10,9% no período, a maior marca desde 2001, início da série da pesquisa de comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2009, a expansão havia sido de 5,9%. Em dezembro, as vendas do varejo ficaram estáveis na comparação com novembro. Já em relação a dezembro de 2009, houve crescimento de 10,1%.

A queda do dólar barateou importados e produtos nacionais que usam insumos produzidos no exterior. Desse modo, impulsionou as vendas de eletrodomésticos e móveis (alta de 18,3%), artigos de informática (24,1%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,8%), destaques em 2010. Já a maior competição com importados e o recuo das exportações de alguns setores fez a indústria perder ritmo. O setor cresceu 10,5% em 2010, mas desacelerou com força no segundo semestre por conta do câmbio.

“Parte da demanda está sendo atendida por importados, que passaram a custar menos”, disse Carlos Thadeu de Freitas, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Segundo Reinaldo Pereira, economista do IBGE, a ampliação do crédito, da renda e do emprego também alavancaram o varejo. O ramo de supermercados, o de maior peso na pesquisa, cresceu 9% em 2010, na esteira do aumento da massa salarial. Já o crédito e as desoneração de impostos beneficiaram o comércio de veículos (alta de 14,1%) e de material de construção (15,6%).

“Em dezembro, as vendas ficaram estáveis na comparação com novembro. Trata-se apenas de sinal de acomodação, após sete meses seguidos de crescimento”, segundo Pereira. O resultado do último mês de 2010 foi impulsionado pelos ramos de tecidos, vestuário e calçados (3,4%), material de informática (2,8%), artigos farmacêuticos (1,6%) e móveis e eletrodomésticos (1,4%). Os destaques negativos ficaram, por sua vez, com hiper e supermercados (-0,3%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%).

O IBGE pesquisa ainda o indicador do comércio varejista ampliado, que inclui veículos e material de construção – setores que vendem também por atacado. O índice fechou 2010 com alta de 12,2%. As vendas de veículos registraram crescimento de 15,0%. Já as de artigos da construção avançaram 20,6%. Em dezembro, o comércio varejista ampliado teve alta de 2,1% ante novembro.

Em Pernambuco, as vendas do varejo cresceram 10,3% na comparação entre os meses de dezembro de 2010 e dezembro de 2009. Na avaliação da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Recife, o crescimento reflete, principalmente, o aumento do poder de compra da população decorrente do crescimento da massa de salário da economia e da expansão do crédito.

COMBUSTÍVEIS - As vendas de álcool combustível tiveram a primeira retração desde 2003, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em 2010, foram comercializados 15 bilhões de litros de álcool hidratado – o chamado álcool puro, que não é adicionado à gasolina. Isso representou queda de 8,5% ante o resultado obtido no ano anterior. Em 2009, o consumo de álcool tinha chegado a 16,4 bilhões de litros, maior patamar já verificado, superando em 16,5% o volume de 2008.

A concorrência do açúcar foi determinante para o resultado. Com a quebra da safra na Índia, um dos principais produtores, o açúcar teve grande valorização no mercado internacional, o que levou o setor canavieiro brasileiro a privilegiar sua fabricação em detrimento ao álcool. Com a menor oferta de álcool no mercado, o preço subiu. Segundo a ANP, em dezembro de 2010, o preço médio do litro de álcool era de R$ 1,804. Um ano antes, não passava de R$ 1,723.

Como a maior parte da frota é de carros flex fuel, as vendas de gasolina automaticamente subiram, e tiveram expansão de 17,5%. O mercado total de combustíveis cresceu 8,4% em 2010. O volume comercializado totalizou recorde de 117,9 bilhões de litros.


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