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Medidas devem ser seletivas

Veículo: ABIT
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Medidas devem ser seletivas

A sinalização do governo em desonerar a folha de pagamentos é bem vista pelo segmento industrial, mas a ideia de compensar a redução na alíquota previdenciária com aumento nos tributos que incidem sobre o faturamento das empresas divide setores como o de vestuário e calçados, que são intensivos no uso de mão de obra. Contudo, ambos se unem na defesa de que as medidas sejam direcionadas aos setores que sofrem mais com a concorrência dos produtos importados. “O governo terá um montante relativamente fixo para atribuir a essa desoneração. E, dentro de uma visão realista, se a redução de encargos vier de forma linear a todos os segmentos terá um impacto econômico mínimo”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Milton Cardoso. O presidente do Sindivestuário, Ronald Masijah, também defende o foco setorial e pondera que, no caso das indústrias pouco intensivas em mão de obra, o governo até corre o risco de alguma perda de arrecadação, lógica que não se aplica às grandes empregadoras. “As empresas intensivas em mão de obra terão sim redução substancial no preço final coma desoneração. Poderão retomar exportações e voltar a competir aqui dentro com os produtos chineses”, diz.

Na visão de Masijah, no entanto, a ideia do governo de aumentar os tributos que incidem sobre o faturamento embute um medo de perda na arrecadação sem fundamento. “Isso é como tirar de um bolso para colocar no outro, não faz sentido. Com custos menores na folha, as empresas vão ficar mais competitivas e aumentar produção, isso sem falar na maior formalização da mão de obra – isso tudo se reverte em mais arrecadação ao governo”, defende. Milton Cardoso observa que a proposta em discussão no governo
não difere muito do pleito que o setor vem debatendo há cerca de quatro anos, porém aplicada em formato diferente. A proposta encabeçada pela Abicalçados defende que os valores gastos com empregados (salários, encargos e benefícios) sejam excluídos da base de cálculo do PIS e Cofins. “Nossa proposta é de simples aplicação e beneficia os setores intensivos em mão de obra e que sofrem com a concorrência dos importados”, diz. ■


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