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Empresas Têxteis Querem Fim do Contrabando

Veículo: indústria textil
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Empresas Têxteis Querem Fim do Contrabando

Fonte:|infosurhoy.com|

 Empresários da indústria têxtil de diversos países, incluindo Brasil, México e Portugal, compareceram à XXIII Feira Têxtil e da Confecção, o “Colombiatex das Américas 2011”, organizado pela empresa têxtil colombiana Inexmoda de 25 a 27 de janeiro em Medellín. (Hugo Machín para Infosurhoy.com)

Empresários da indústria têxtil de diversos países, incluindo Brasil, México e Portugal, compareceram à XXIII Feira Têxtil e da Confecção, o “Colombiatex das Américas 2011”, organizado pela empresa têxtil colombiana Inexmoda de 25 a 27 de janeiro em Medellín. (Hugo Machín para Infosurhoy.com)

MEDELLÍN, Colômbia – Representantes das maiores empresas têxteis da América Latina estão preocupados com a presença ilegal de tecidos chineses na região.

Carlos Eduardo Botero, diretor-executivo do Instituto para Exportação e Moda (Inexmoda), disse que os tecidos contrabandeados da China para a América Latina representam uma ameaça aos negócios legais.

“Temos muita ilegalidade”, denunciou ele. “Há muito contrabando, principalmente dos mercados asiáticos, através do Panamá. Pode ser que os asiáticos mandem [os tecidos] legalmente, mas a caminho daqui eles se tornam contrabando. [Os tecidos] deixam um país legalmente e chegam a outro ilegalmente.”

Os empresários da indústria têxtil de diversos países, incluindo Brasil, México e Portugal, compareceram à XXIII Feira Têxtil e da Confecção, o “Colombiatex das Américas 2011”, organizado pela empresa têxtil colombiana Inexmoda de 25 a 27 de janeiro em Medellín.

“O [Colombiatex das Américas 2011] gerou cerca de US$ 119 milhões (R$ 198 milhões) em negócios, um aumento de 7% em comparação com o ano anterior, quando foram negociados US$ 112 milhões (R$ 187 milhões)”, informou o Inexmoda em comunicado à imprensa.

Impacto negativo do contrabando

Botero afirmou que operar dentro da lei é a única saída para as empresas têxteis com sede na América Latina reduzirem o impacto negativo do contrabando de roupas e tecidos chineses.

“O caso da China é certamente preocupante – as empresas colombianas que não costumavam comprar daquele país o estão fazendo agora por causa da grande competição existente no setor”, explicou ele.

Botero disse ainda que está otimista com a indústria têxtil da Colômbia, mesmo que algumas empresas comprem tecidos e produtos relacionados contrabandeados da China.

 O Colombiatex das Américas 2011 gerou cerca de US$ 119 milhões (R$ 198 milhões) em negócios, segundo os organizadores do evento. (Hugo Machín para Infosurhoy.com)

O Colombiatex das Américas 2011 gerou cerca de US$ 119 milhões (R$ 198 milhões) em negócios, segundo os organizadores do evento. (Hugo Machín para Infosurhoy.com)

“Tivemos um processo de reajuste na Colômbia”, acrescentou ele. “Os negócios estão em alta. [Pensamos] mais nos consumidores e em inovação. Acho que o futuro que nos espera na Colômbia é bastante interessante.”

O setor têxtil na Colômbia emprega 250.000 pessoas, além de gerar outros 750.000 empregos indiretos, destacou Botero.

O setor representa 8% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial do país e 20% de todos os empregos industriais na Colômbia. 50% do PIB da indústria têxtil está baseado em Medellín, capital do departamento de Antioquia, detalhou Botero.

Rafael Cervone, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), que exibiu 23 estandes na feira, disse que o Brasil está cada vez mais preocupado com o contrabando de tecidos chineses.

“Se analisarmos as estatísticas de 2010, os chineses afirmam que enviaram 70.000 toneladas de vestuário ao Brasil, e só recebemos legalmente 30.000 toneladas”, destacou ele. “A diferença foi contrabandeada.”

A indústria têxtil brasileira está representada por 30.000 empresas que geram quase dois milhões de empregos diretos e oito milhões no total, disse Cervone. O setor têxtil no Brasil emprega 1,65 milhão de pessoas, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT).

Algodão é a ameaça

Juan Pablo Pellón, diretor da empresa mexicana Espintex, especializada em fio de algodão penteado, disse que o volume crescente de produtos ilegais contrabandeados da China e da Índia tem prejudicado o fluxo de produtos mexicanos para os EUA.

Em 2005, a participação da China nas importações de têxteis dos EUA era de 27,61% (US$ 27,4 bilhões ou R$ 45,7 bilhões). Mas em 2010, a participação passou para 41,21% (US$ 37,6 bilhões ou R$ 62,8 bilhões), um aumento de 13,6%, segundo o Escritório de Têxteis e Vestuário do Departamento de Comércio dos Estados Unidos.

Pellón prevê que 2011 será marcado por uma forte demanda de exportação de têxteis mexicanos para países como Colômbia, El Salvador e Estados Unidos.

Rafael Cervone, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), que exibiu 23 estandes na feira, disse que o Brasil está cada vez mais preocupado com o contrabando de tecidos chineses. (Hugo Machín para Infosurhoy.com)

Rafael Cervone, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), que exibiu 23 estandes na feira, disse que o Brasil está cada vez mais preocupado com o contrabando de tecidos chineses. (Hugo Machín para Infosurhoy.com)

Os europeus não parecem tão preocupados com a presença chinesa no mercado.

Alfredo Rezende, presidente da Associação Seletiva de Moda, uma empresa têxtil sindicalizada de Portugal, afirmou que a origem dos problemas enfrentados pela indústria têxtil da América Latina reside no aumento crescente dos preços do algodão, e não no contrabando.

“[O preço do algodão] é um desastre – essa semana subiu entre 15 e 20%”, disse ele. “É loucura. Não podemos prever preços para os próximos três meses.”

Pellón concorda com Rezende sobre a correlação entre o aumento crescente no custo do algodão e o seu impacto no lucro de uma empresa.

“É muito difícil (a situação da indústria têxtil) porque o algodão sobe todo dia, e os preços que cotamos variam diariamente", explicou Pellón. “Não temos preços fixos.”

Toque sedoso de crescimento

O setor têxtil de outros países está em alta apesar do aumento nos preços do algodão e da competição crescente dos chineses.

Renzo Korch, que comanda uma empresa têxtil em Lima, no Peru, disse que “hoje, a indústria têxtil peruana está indo muito bem. O ano passado foi bom também, e esperamos que melhore ainda mais.”

Por causa da crise financeira internacional em 2009, mais de 80.000 dos 266.000 trabalhadores do setor têxtil ficaram desempregados, segundo a Federação Nacional de Trabalhadores Têxteis do Peru (FNTTP).

Korch disse que a indústria têxtil da região se recuperou e avança a passos firmes.

“Temos nos saído bem como sempre nos últimos cinco anos que participamos da Colombiatex”, afirmou Korch, que fabrica tecidos em algodão Pima, uma fibra "que existe somente no Peru por causa do seu brilho natural e toque sedoso."



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