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EUA querem Brasil como porta de entrada para recuperação

Veículo: DCI
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EUA querem Brasil como porta de entrada para recuperação

Os Estados Unidos querem duplicar as exportações para o resto do mundo em cinco anos e o Brasil será uma das portas de entrada para auxiliar na recuperação do país norte-americano. A afirmação é do secretário adjunto de assuntos econômicos, energéticos e comerciais dos Estados Unidos, Jose W. Fernandez.

"Temos como meta imposta pelo presidente Barack Obama duplicar as vendas ao mundo até 2015 e com isso gerar mais de 2 milhões de empregos nos Estados Unidos", disse Fernandez.

Questionado durante coletiva de imprensa na Câmara Americana de Comércio (Amcham), na última sexta-feira, sobre o papel do Brasil nessa recuperação, o secretário afirmou que um dos motivos das visitas de representantes ao País e da vinda do próprio presidente americano deve-se em grande parte pelo momento econômico do Brasil, pela alta demanda consumidora e pela recuperação frente a crise financeira.

"O Brasil irá nos ajudar com a meta de exportações, um dos exemplos que temos é ligado ao setor de petróleo e gás, que de 2009 para 2010 já cresceu 25% com a compra de equipamentos para a área dos Estados Unidos. Ainda faltam quatro anos, certamente conseguiremos reerguer a economia e bater a meta de Obama", frisou.

Relacionada a posição chinesa frente a americana como principal parceiro comercial com o País, Fernandez disse que "o Brasil é uma potência econômica e os Estados Unidos não temem a competição com a China. Pensamos que as nossas relações econômicas são excelentes. Existirão outros países interessados no Brasil, e isso está ok. Nós gostamos de competição".

Outro foco de atenção dos Estados Unidos frente ao crescimento da economia brasileira está relacionado ao enriquecimento do urânio. Fernandez afirmou que na sua reunião com representantes do governo, em Brasília, foram citadas algumas tecnologias de amplo conhecimento americano e que podem ajudar o Brasil. Ele disse acreditar que os Estados Unidos poderão ser grande fornecedor de tecnologia e serviços ao setor. Apenas para manter as plantas já existentes em operação, a expectativa, de acordo com o secretário americano, é de que o Brasil gaste cerca de US$ 1,5 bilhão por ano.

"Temos empresas que podem ajudar o País neste setor, uma delas é a Westinghouse. Conversamos a respeito, mas o que realmente apresentamos foram as empresas privadas que podem auxiliar nessa questão", ponderou o secretário americano ao acrescentar que "ainda há estimativas que colocam o valor total das novas instalações nucleares no Brasil em quase US$ 25 bilhões, mas os Estados Unidos têm apenas cerca de um décimo desse mercado."

Frente as descobertas do pré-sal, Fernandez ressaltou que o Brasil pode passar a ser o primeiro produtor de petróleo mundial e que uma aproximação com os Estados Unidos seria positiva para a questão da segurança. "Com a nossa produção no Golfo do México e as descobertas de óleo e gás pelo Brasil no pré-sal, a importância do desenvolvimento das questões ligadas à segurança nos dois países é evidente", enfatizou.

Fernandez afirmou que durante sua reunião com representantes do governo brasileiro houve discussões produtivas que serão concluídas com a vinda do presidente Obama, marcada para o próximo dia 7.

"Tivemos discussões muito produtivas sobre a forma de adiantamento e de como expandir e aprofundar a nossa parceria. Podem me chamar de tendencioso, mas estou convencido de que agora estamos em um momento oportuno para fortalecermos as relações com o Brasil, principalmente pelos acontecimentos esportivos e a alta demanda de infraestrutura do País. Queremos participar da economia brasileira assim como queremos que os brasileiros participem da nossa economia", pontuou.

Os setores que ganharam destaque na visita foram: energia, combustíveis, infraestrutura rodoviária e portuária, e tecnologia.

Segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) as relações comerciais bilaterais somaram US$ 46,346 bilhões em 2010, um crescimento de 30,06% frente ao comércio de 2009 (US$ 35,633 bilhões). Contudo, a balança foi deficitária para o Brasil em US$ 7,731 bilhões em 2010, valor 74,51% superior ao resultado negativo do saldo comercial de 2009 (US$ 4,430 bilhões).

As exportações somaram US$ 19,307 bilhões no acumulado do ano passado, contra US$ 27,039 bilhões importados pelo País.

Em sua passagem por São Paulo, o secretário norte-americano reuniu-se também com CEOs das empresas GE, Cummings, Internacional Paper e Cargil.


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