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Ritmo da indústria foi desigual entre as regiões

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil
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Ritmo da indústria foi desigual entre as regiões

O comportamento da produção industrial nas 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi bastante desigual no ano passado. Das regiões pesquisadas pelo instituto, nove cresceram abaixo da média nacional, enquanto cinco superaram o crescimento médio de 10,5% registrado pela indústria brasileira. Nas pontas, a produção industrial no Espírito Santo cresceu 22,3% em relação a 2009, enquanto Santa Catarina foi o Estado com menor evolução - 6,5%, um resultado que não permitiu recuperar a perda registrada no ano anterior.

Além do Espírito Santo, também cresceram acima da média nacional, Minas Gerais (15%), Paraná (14,2%), Goiás (17,1%) e Amazonas (16,3%). Em Goiás, o aumento da produção de 17,1% foi recorde para uma série iniciada em 2003.

Além dessas regiões, São Paulo, com 10,1%, teve avanço de dois dígitos, no melhor resultado desde os 11,8% de 2004. No Estado, que tem o maior peso na indústria nacional, o resultado do ano passado foi puxado por veículos automotores, com avanço de 24,6%, e por máquinas e equipamentos, com crescimento de 26,6%. Juntos, os dois setores têm peso de cerca de 14% na produção industrial paulista.

"A maior presença de setores ligados a bens de consumo duráveis, especialmente automóveis e eletrodomésticos de linha marrom, explica o forte avanço de determinadas regiões. Além disso, foram beneficiadas áreas com fabricação de bens de capital e produção de commodities, que recuperaram as exportações", frisou André Macedo, gerente da coordenação de indústria do IBGE. "Além disso, a base de comparação mais baixa é importante para explicar o crescimento de dois dígitos", acrescentou.

Os dados do IBGE mostram que a grande maioria dos Estados conseguiu recuperar as perdas registradas em 2009. As exceções foram Rio Grande do Sul e Santa Catarina, regiões onde o percentual de crescimento de 2010 foi inferior ao de queda no ano da crise.

Na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2010, a produção industrial mostrou maior acomodação. A alta no país foi de 3,3% em relação ao mesmo período de 2009, contra um avanço de 8% no terceiro trimestre em relação a igual período do ano anterior. Em três regiões, a produção caiu no quarto trimestre, na comparação com os três meses anteriores - Nordeste (-1,6%), Ceará (-5,9%) e Bahia (-2,8%). Entre as demais áreas, só Goiás apresentou aceleração no período, passando de uma alta de 12,8% na produção entre julho e setembro para 15% no período de outubro a dezembro. As outras dez regiões tiveram alta na produção, mas a um ritmo menor que no terceiro trimestre.

A análise de dezembro mostra a força da acomodação em São Paulo e no Rio de Janeiro. Enquanto na primeira região houve queda de 1,2% na produção frente ao mês anterior, no Rio o tombo foi de 5,7%, puxado pela metalurgia básica, que sofreu com o maior volume de importações, e pelo setor têxtil. Em São Paulo, a queda foi causada principalmente pelos setores farmacêutico, de metalurgia, de celulose e de eletroeletrônicos. "O Rio vinha de uma alta de 5,7% em novembro e São Paulo vinha de um crescimento de 1,2%. O saldo nessas duas regiões dá o tom da estabilidade na produção industrial", ponderou Macedo.



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