Notícias

Reflexos da crise na economia de SC

Veículo: Diário Catarinense
Seção:
Página:

Reflexos da crise na economia de SC



Mais que perplexidade com os rompantes libertários do Egito, país do Norte africano com um presidente na corda bamba, alguns catarinenses têm um interesse prático e comercial que depende do desenrolar dos conflitos. O Egito é 24º destino das exportações de SC, de uma lista de 187 países, e fornecedor de um item cobiçado pelas indústrias têxteis: o fio egípcio.

Na última lista divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro, com dados de 2009, 58 empresas catarinenses fizeram negócios com o Egito. Segundo o diretor de relações industriais e institucionais da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Henry Quaresma, o principal item de exportação catarinense é a carne de frango e, em segundo lugar, óleos e fumo.

As exportações para o Egito saídas dos portos catarinenses cresceram 108% em 2010, se comparado com o ano anterior. No segundo semestre do ano passado, o país assinou um acordo de livre comércio com os países do Mercosul. Este compromisso incentivou os negócios entre Brasil e o Egito. Ainda assim, segundo Quaresma, as exportações para lá preocupam menos do que a importação de uma variedade específica de algodão utilizada por algumas empresas têxteis de SC.

– O fio egípcio preocupa mais porque ele é único. Não pode ser substituído. Ainda que as exportações de frango para lá sejam importantes, existem outros mercados que podem servir como alternativa – avalia Quaresma.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, concorda que o risco de o problema chegar ao Oriente Médio é o mais preocupante. Segundo o empresário, a exportação têxtil para o Egito ainda é muito pequena, e mesmo a importação do fio egípcio poderia ser contornada.

– O setor de cama, mesa e banho poderia optar por fios de fibra longa do Peru ou dos Estados Unidos, por exemplo, ainda que a qualidade não seja tão boa. Caso o abastecimento do fio egípcio seja cortado, não será o fim do mundo – enfatiza Kuhn.

Mais que qualidade, o fio egípcio virou sinônimo de grife. Ele agrega valor às mercadorias. O presidente do Sintex explica que o fio egípcio é cultivado em pequena escala e que se caracteriza por ser uma fibra extremamente longa, que apresenta uma qualidade diferenciada. Há pelo menos uma década a indústria têxtil catarinense importa este tipo de fio do Egito.


Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar