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Indústria têxtil prevê investir R$ 500 milhões

Veículo: Diário do Nordeste
Seção: Negócios
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Indústria têxtil prevê investir R$ 500 milhões



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Atualmente, o setor concentra cerca de 400 empresas no Ceará e é responsável pela geração de 60 mil empregos formais
FOTO: SILVANA TARELHO

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Entre os anos de 2008 e 2010, o setor têxtil cearense investiu R$ 250 milhões. A meta agora é dobrar essa cifra

Investir R$ 500 milhões é a meta auspiciosa do setor têxtil cearense entre os anos de 2011 e 2013. A cifra prevista pelo presidente do Sindicato da Indústria Têxtil do Ceará (Sinditêxtil/CE), Ivan Bezerra Filho, representa o dobro do volume aplicado pelas empresas do ramo no triênio 2008/2010.

"O setor vem numa evolução constante. Nosso parque industrial é extremamente moderno e competitivo. Esses recursos serão para novas fábricas e para continuarmos investindo na modernização das máquinas e dos sistemas", explica Ivan Filho.

Hoje, o Estado concentra cerca de 400 indústrias têxteis e é responsável pela geração de mais de 60 mil postos de trabalho formais.

Em uma previsão preliminar - já que os números oficiais devem ser divulgados apenas em abril -, em 2010, o setor cresceu 35% no indicador de arrecadação de impostos estaduais, informa Ivan Filho.

PIB

Os números são expressivos. Cabe ao Ceará ainda a quinta posição no ranking nacional do PIB da cadeia têxtil e de confecção (atrás apenas de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Paraná, respectivamente).

De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), com 6,64% de participação no País, as fábricas cearenses somaram US$ 3.456 milhões em riquezas produzidas no ano que se encerrou. No PIB da indústria cearense, o segmento têxtil detém 16% de participação.

Mercado asiático

Ivan Filho, que esteve na última semana viajando por países da Ásia - incluem-se no roteiro China, Indonésia, Índia, Malásia, Vietnã e Cingapura, onde o consumo de produtos têxteis é significativamente forte, diz que o Ceará é bem respeitado no continente asiático.

"Somos referências onde chegamos, tanto pela seriedade em políticas públicas, como na seriedade das nossas empresas", comenta o empresário. O presidente do Sinditêxtil/CE informa que o foco da viagem estava na compra de matérias-primas que não são produzidas no Brasil, como o poliéster e a viscose.

"O algodão é outro insumo que nos preocupa, porque em um ano teve uma alta expressiva de 300% no seu preço", emenda Ivan Filho.

Segundo ele, os países da Ásia mantem uma produção aquecida, entretanto, como o consumo segue no mesmo ritmo, o volume fabricado é todo absorvido pelos países vizinhos, não representando assim, ameaça de concorrência para o mercado cearense.

Exportações

Embora as exportações de produtos têxteis pelo Estado tenham tido uma expansão de 17% em 2010 ante 2009 - passando de US$ 60,3 milhões para US$ 70,6 milhões, esse volume ainda é 46,3% inferior aos US$ 131,8 milhões embarcados ao exterior no ano de 2007.

Pelos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), replicados pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Ceará (CIN/Fiec), a participação das indústrias têxteis do Ceará foi de 3,8% nas exportações brasileiras feitas pelo setor no último ano. Essa fatia já chegou a alcançar 12,9% em 2002 e 8,4% em 2006, ano em que a participação começou o movimento de recuo.

"O grande problema é a questão cambial. A gente não consegue ser competitivo com o dólar a R$ 1,70. Enquanto no país ao lado, a Argentina, a moeda americana chega a custar R$ 4,00. Na Ásia, o dólar vale R$ 8,00. Graças a Deus, o consumo interno está absorvendo a nossa produção", destaca o presidente do Sinditêxtil/CE. Em 2010, Argentina, Holanda e Paraguai foram, respectivamente, os principais países-destino. No total, foram 11.932.708 milhões de quilos de têxteis vendidos ao mercado exterior.

Entraves ao setor

Conforme Ivan Filho, outros entraves ao desenvolvimento do setor seriam o fato de a cadeia têxtil cearense não estar completa. "Faltam fornecedores para atender toda a cadeia. Por exemplo, aqui não temos uma empresa de acabamento de malha", exemplifica.

Outro problema citado pelo empresário são os incentivos fiscais que alguns Estados conferem à importação de produtos têxteis, e o que ele chama de "custo Brasil" - incluem-se aí o valor da logística e as taxas de juros praticadas para o setor.

"Da porta da fábrica para dentro somos extremamente competitivos. Mas, quando a gente lida com custos não administrados por nós, aí sim, perdemos muita competitividade", afirma Ivan Filho.



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