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Um novo estilo

Veículo: Diário Catarinense
Seção: Moacir Pereira
Página:

  • Um novo estilo

    Raimundo Colombo completa hoje o primeiro mês no governo de Santa Catarina. Não tem a equipe completa. Faltam ser nomeados todos os 36 secretários regionais, os comissionados e dirigentes de empresas e fundações. Mas já é possível identificar um novo estilo de administrar o Estado. Adotou, inclusive, algumas medidas elogiadas até pelos adversários.

    A de maior impacto foi a suspensão dos incentivos do Pró-Emprego e do artigo 148-A, ambos dentro da política de incentivos a novas empresas. Na origem oficial da medida estariam ações ajuizadas no Supremo, questionando sua legalidade. Mas outras razões ditaram o ato, que contrariou as normas vigentes, com visível insatisfação do antecessores. A existência de escritórios de intermediação para aprovação de projetos industriais, com prática de interferências heterodoxas, também foi considerada.

    No contexto de ações de contenção de despesas veio a ordem para parar tudo durante 120 dias. Objetivo: economizar R$ 1 bilhão. Medida dura e corajosa que indicará à sociedade duas realidades: ou o governo era um tremendo perdulário, ou os serviços perderão qualidade neste primeiro trimestre. Afinal, R$ 250 milhões de economia por mês é um senhor corte nos gastos públicos.

    O novo estilo foi marcado, também, pelas primeiras visitas a instituições públicas que atendem a população. Colombo diz que esta era uma prática que adotava na prefeitura de Lages e que pretende manter no governo. Incertas nas repartições serão sempre aplaudidas pelas comunidades. Candidatos, eles procuram estar junto dos eleitores. Eleitos, ficam blindados por assessores ou perdem o contato com a realidade.

    Destacada e elogiável foi a presença do governador durante as enchentes. Convocou assessores, batalhou no fim de semana, visitou as áreas mais castigadas, liberou logo os recursos e viajou de imediato a Brasília. Nenhuma ressalva a lamentar.

  • AMARRAÇÃO

    É cedo para fazer avaliações mais profundas sobre o que será o governo de Raimundo Colombo. Inclusive, por não ter conseguido realizar seu projeto de escolher uma equipe mais técnica, como prometera. Prisioneiro da aliança que o elegeu e refém das lideranças que garantiram sua eleição, entregou os anéis para não perder os dedos. Até diretor de escola está sendo indicado por critério partidário.

    O novo governador deu também alguns tiros a esmo. Anunciou a extinção da Codesc. Há reações dos aliados e ninguém sabe qual o futuro da estatal. Quer detonar a famigerada Invesc. A bucha da dívida ali é bilionária e nada avançou, ainda. Proclamou que não iria residir na Casa da Agronômica. Lá já está instalado.

    Assinou ato para fazer os militares retornarem aos quartéis. Espera-se a concretização da elogiável decisão que vai melhorar a segurança pública. Informou que dará novo destino à Penitenciária Estadual, já em vias de ser vendida à iniciativa privada. Falta explicitar a nova destinação, até porque há lei aprovada pela Câmara de Florianópolis. Prometeu implantar uma nova rodovia no Vale do Itajaí se o governo Dilma não assegurar a duplicação da BR-470 com a urgência que as comunidades exigem. Ninguém sabe como este objetivo seria concretizado.

    Há a ressaltar, também, a postura positiva do novo governador. Não esquenta nem nos períodos de maior adversidade. Mantém a mesma serenidade nas conversas com interlocutores. Evita entrar em confrontos, em divididas. Ao contrário de Leonel Pavan, que não poupava condenações sumárias a assessores com impropérios e palavrões impublicáveis, relaciona-se com a equipe e até com adversários com a mesma cortesia. Não mudou nada nas relações com a imprensa. Continua o mesmo, acessível aos jornalistas. Não mudou nem o celular usado na transição.

    O governo começa bem. O futuro é promissor.

    - A Ilha de Santa Catarina passa a contar oficialmente, a partir de hoje, com moderno projeto de urbanização de sua área mais valorizada e mais frequentada. As obras da Beira-Mar Norte indicam como é fácil humanizar e embelezar a cidade. Pontos para o prefeito Dário Berger e para a Celesc, que patrocinou o projeto. A beleza da Beira-Mar é uma unanimidade. A cidade começa a se voltar para o mar. Falta muito, mas já é um bom começo.



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