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China defende maior aproximação com Brasil

Veículo: O Globo
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China defende maior aproximação com Brasil

O embaixador da China no Brasil, Qiu Xiaoqi, defendeu ontem acordos comerciais e de investimentos entre o Brasil e seu país para contrabalançar eventuais desvantagens provocadas pelo comércio bilateral cada vez mais intenso entre ambos. Parte do cardápio de medidas que vêm sendo estudadas pelo governo brasileiro, esta é uma forma de cada um explorar suas vantagens para que as relações “cada vez melhores” entre os dois continuem sendo de “ganha-ganha”.

 

Qiu negou que a invasão de produtos industriais manufaturados chineses seja uma ameaça ao Brasil, que conseguiu virar a mesa e vender mais do que compra da China nos últimos anos, salientou.

 

— A China não é um inimigo, mas um amigo e parceiro estratégico na mesma trincheira — disse Qiu ao GLOBO, um dia depois de o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, avisar que o governo prepara uma força-tarefa para lidar com a China, a um só tempo o maior parceiro e preocupação do país.

 

Desde 2007, o Brasil vem exportando mais do que importa da China. No ano passado, o superávit comercial brasileiro com os chineses bateu o recorde histórico de US$5,2 bilhões, ajudado pelos altos preços das commodities, sobretudo minério de ferro e soja. As exportações brasileiras passaram de US$21 bilhões em 2009 para US$30,78 bilhões, um crescimento de 46,6%. Mesmo assim, as importações de produtos chineses também deram um salto: cresceram 60,8%, saindo de US$15,91 bilhões para US$25,53 bilhões no mesmo período.

 

Segundo Qiu, o comércio entre os dois países se desenvolveu muito depressa em todas as áreas, sobretudo em função do crescimento econômico acelerado de ambos. Várias empresas chinesas têm vindo investir no Brasil, segundo o embaixador. Esses investimentos podem ser só chineses, joint-ventures ou associações entre Brasil, China e outros países.

 

Sobre o câmbio, Qiu afirmou que “todos sabem que a origem do desequilíbrio cambial global não é a China”. Sem citar os Estados Unidos, disse que é preciso saber quem está doente para aplicar o remédio:

 

— Aplicar o remédio em quem não está doente não é razoável nem eficaz.



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