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Oriente Médio é prioridade para moda brasileira

Veículo: Brasil Modal
Seção: Brasil Multimodal
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Oriente Médio é prioridade para moda brasileira

O Oriente Médio foi escolhido como mercado prioritário para a exportação de vestuário em 2011 pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Entre 2009 e 2010, a região comprou US$ 9,5 milhões em produtos da moda nacional e, segundo Rafael Cervone, diretor do Programa de Exportação da Indústria da Moda Brasileira (Texbrasil), a previsão é de que, este ano, haja um crescimento de 5% a 10% nas exportações do setor para o Oriente Médio.

"Eles (os clientes da região) têm alto poder aquisitivo, gostam de material de luxo, o que está inserido na cultura deles. Apesar de andarem cobertas, as mulheres gostam da nossa lingerie e da nossa moda praia, que elas podem usar em clubes", destaca Cervone sobre as razões da escolha do Oriente Médio para as ações de promoção da moda brasileira.

Segundo o diretor da Texbrasil, os árabes também prezam pela qualidade dos materiais e valorizam produtos sustentáveis. Ele destacou também a importância das vendas realizadas nas lojas dos shoppings centers. "Apesar do varejo pulverizado, as vendas nos shoppings são muito importantes. Elas chegam a representar até 50% do PIB de um país."

Os Emirados Árabes Unidos são os maiores compradores da moda brasileira no Oriente Médio. Em 2010, eles compraram o equivalente a US$ 2,763 milhões do Brasil, 26% a mais do que em 2009. Em segundo lugar está o Líbano, que importou US$ 2 milhões, especialmente em produtos de cama, mesa e banho, 17% a mais do que no ano anterior. Arábia Saudita e Kuwait completam a lista dos maiores importadores árabes de têxteis brasileiros no Oriente Médio.

Promovido em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), o Texbrasil vem realizando ações de promoção comercial, como participação em feiras e eventos, e também de imagem para impulsionar as vendas da moda brasileira no Oriente Médio.

Cervone conta que desde que o programa começou a apoiar a participação de empresas brasileiras na feira Who's Next Dubai, em 2009, 22 marcas nacionais já expuseram no evento. Além disso, o Texbrasil trouxe, nos últimos cinco anos, 25 compradores de países como Emirados, Catar, Kuwait, Líbano e Síria para negociar com os exportadores nacionais. Em relação à promoção de imagem, o programa já trouxe, também nos últimos cinco anos, 38 jornalistas para a participação em importantes eventos da moda brasileira, como o Fashion Rio, o Minas Trend Preview e o Premier Brazil.

Em relação aos produtos exportados para a região entre 2009 e 2010, 74% foram de vestuário; 16% de cama, mesa e banho; e 11% de têxtil (tecidos). De acordo com o diretor da Texbrasil, a moda feminina foi responsável por boa parte das vendas do Brasil para os países do Oriente Médio. "São vestidos de malha, fibra sintética e natural, e roupas esportivas. Cama, mesa e banho também vão muito, como toalhas, lençóis, além de lingerie, moda praia e moda casual", conta Cervone.

O diretor relata que das 500 empresas que fazem parte do programa, 52 exportaram para o Oriente Médio em 2010, sendo que 33 delas nunca haviam vendido para a região. "O Brasil está aprendendo que as regiões não tradicionais ganham, ano a ano, importância na estratégia das empresas", diz Cervone.

Ele não revela qual será o investimento em ações promocionais na região para este ano, mas conta que deverá ser 15% maior do que o feito em 2010. "A região é estratégica. O Brasil tem um potencial enorme de crescimento lá", diz. Entre os investimentos em imagem, por exemplo, estão incluídos anúncios em revistas de moda local e a instalação de outdoors, quando o Brasil está participando de eventos no exterior.

Exportações do setor

Em 2010, as exportações do setor têxtil e de confecção do Brasil somaram US$ 1,4 bilhão. O valor representa apenas 3% do faturamento total do setor, que foi de US$ 52 bilhões. Segundo Cervone, a Abit prevê um aumento médio de 5% nas exportações totais do setor para 2011.

O maior mercado importador da moda brasileira é a Argentina que, em 2010, comprou US$ 392 milhões. Em seguida estão Estados Unidos, Paraguai, Uruguai e México. No Brasil, o setor têxtil e de confecções representa 5,5% do PIB da indústria de transformação, oferecendo 1,7 milhão de empregos diretos em 30 mil empresas em todo o país.

Na produção de tecidos, o Brasil também ocupa posição de destaque. De acordo com dados da Abit, o país é o segundo maior produtor mundial de denim, o terceiro maior produtor mundial de malha e tem o quinto maior parque têxtil do mundo, com nove bilhões de peças de confecção produzidas por ano.


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