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Setor têxtil pede linha de capital de giro e incentivos tributários

Veículo: Valor Econômico
Seção: Empresas
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Setor têxtil pede linha de capital de giro e incentivos tributários

RIO - A indústria têxtil brasileira, que vem sofrendo com a concorrência de produtos importados por conta do real valorizado, e também com os preços elevados de sua principal matéria-prima - o algodão -, está negociando com o governo, via ministérios da Fazenda e da Agricultura, um pacote de medidas para compensar a perda de competitividade.

Entre as principais reivindicações estão a oferta de uma linha especial de capital de giro, para o financiamento de compras antecipadas, e incentivos tributários. De acordo com o diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, trata-se de uma “necessidade nacional, sob pena de caminharmos para um processo de desindustrialização precoce”.

A proposta para redução de impostos ainda não foi apresentada formalmente ao governo, apenas de forma extraoficial. Para o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Maurício Borges, a expectativa de negociação com a presidente da República, Dilma Rousseff, é positiva.

Já a linha de capital de giro requisitada pela Abit poderá ser concedida por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outra possibilidade é via Banco do Brasil ou Banco do Nordeste, com maior capilaridade. “Não se trata de dinheiro a fundo perdido. Trata-se de um capital de giro emergencial que possa suprir essa lacuna que as empresas estão enfrentando de uma forma dramática”, disse Pimentel. Segundo ele, os preços do algodão estão três vezes maiores do que há um ano. E a expectativa é de que nos próximos seis meses continuem subindo, devido à entressafra.

Em 2010, o faturamento total do setor no país foi estimado em US$ 52 bilhões, sendo que 3% são provenientes de exportações, que atingiram US$ 1,4 bilhão. Já as importações somaram US$ 4,9 bilhões.

Para este ano, a estimativa é de que o faturamento cresça pouco menos de 4%, para US$ 54 bilhões. As exportações devem avançar entre 8% e 10% no ano, mas as importações devem crescer ainda mais, entre 15% e 16%, de acordo com estimativas da Abit.

O presidente da agência, Pimentel, acredita haver um descasamento entre o avanço da produção e o crescimento do comércio de vestuários. “O comércio cresceu entre 10% e 11%, e a produção cresceu entre 5% e 6%. Essa diferença entre o crescimento do varejo e o crescimento da produção é oriunda do forte aumento das importações, que elevaram a sua participação no abastecimento local”, disse.

(Juliana Ennes | Valor)



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