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Coteminas planeja nova rede de varejo

Veículo: Valor Econômico
Seção: Empresas
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A Springs Global, grupo têxtil que controla a Coteminas e a rede varejista MMartan no segmento de cama, mesa e banho, quer avançar sua atuação até o consumidor final, dentro de uma estratégia de integrar cada vez mais a atividade industrial ao varejo. Ontem, o presidente da companhia, Josué Gomes da Silva, informou que o próximo passo nesse caminho é a criação de uma nova bandeira, a Casa Moysés, em 2011. Hoje, a Casa Moysés, é apenas um "cantinho" dentro da rede MMartan. O empresário, que falou durante conferência com analistas de mercado, não revelou montante de investimento para a operação. Segundo ele, trata-se de uma projeto importante que tem potencial para abranger de 50 a 100 lojas. "A rede Casa Moysés será voltada para um público consumidor A1 e AA, com elevado poder de consumo", afirmou. Gomes informou que a bandeira Casa Moysés vai concorrer com redes sofisticadas como Trousseau e Paola da Vinci. "Seu padrão será acima do de Le Lis Blanc, enquanto o da MMartan fica logo abaixo". Como vantagem, destacou, a nova rede trará três marcas que são comercializadas pela Springs Global nos Estados Unidos: uma delas é a Court of Versailles. "Temos condições únicas de fazer isso, pois contamos na subsidiária americana com portfólio de marcas, design e escala". O presidente da Springs destacou que a nova bandeira sai da sombra da MMartan, adquirida em maio do ano passado, num momento em que a rede-mãe também está em ampla expansão. "A MMartan tem potencial para alcançar 250 lojas no futuro", informou. Na época da aquisição, tinha 71 lojas: no fim de setembro fechou com 121 e a previsão é encerrar o ano com 139. Para o próximo ano está prevista a abertura de mais 37 lojas. Segundo Gomes, a MMartan fatura o correspondente a R$ 400 milhões. "É uma rede com margem operacional [lajida sobre receita líquida] de 18% a 19%, muito boa para o negócio têxtil". A criação da Casa Moysés, destacou, é apenas um primeiro passo para transformar a MMartan em uma grande cadeia de varejo. "Vamos buscar outras bandeiras, em outras categorias de consumidor. Temos marcas, design, produção e capital", afirmou Gomes. Segundo ele, a integração indústria e varejo traz rentabilidade maior, além de outras vantagens às companhias têxteis. Criada em 1930, a Casa Moysés tinha 12 lojas quando passou ao controle da MMartan, em 2003. Foram comprados os pontos de venda e a marca, que compunham a massa falida da antiga grife de cama, mesa e banho, que foi à falência. Mas a MMartan utilizou o nome apenas em uma linha de produtos. A marca chegou a ter uma rede expressiva de pontos de venda, inclusive com loja no Shopping Iguatemi, em São Paulo. O retorno ao varejo, na opinião do consultor Eugênio Foganholo, tem tudo para ser bem sucedido. "Todo o varejo têxtil está partindo para a segmentação e o mercado de cama, mesa e banho não é diferente", diz o especialista. Hoje, segundo ele, o maior varejista dessa área é a Casas Pernambucanas, que vendem para um público de classe média. "Mas as classes de maior poder aquisitivo não estão atendidas, têm pouquíssimas opções", diz. Uma delas seria a Trousseau, que tem nove pontos de venda. Mas tudo indica que a ambição da MMartan com a Casa Moysés é maior do que isso. "O segmento de cama, mesa e banho sempre foi um apêndice, restrito a lojas de departamentos, e, por isso, muito pouco explorado, especialmente pelas grifes", afirma Foganholo. (Com Beth Koike, de São Paulo)


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