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Dólar baixo não inviabiliza exportação de pequenas e médias, diz especialista

Veículo: DC Logistics Brasil
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As empresas de micro e pequeno portes têm mais vantagens competitivas em relação às de grande porte na hora da exportação. Mesmo com o dólar baixo, essas companhias são mais dinâmicas e conseguem fazer a diferença no mercado internacional por meio da agilidade na hora de adaptar produtos e processos, disse o gerente de inteligência comercial da Apex-Brasil, Marcos Lélis, durante seminário promovido pela FIESC, nesta terça-feira (7). No encontro em que foi lançada a edição 2011 do programa de exportação da FIESC, o Start Export, Lélis afirmou que a empresa que não é competitiva internacionalmente não tem como competir no mercado interno, pois as diferenças entre os mercados interno e externo vêm diminuindo. Exportar faz com que as companhias do Brasil alcancem vantagens competitivas que funcionam como barreiras às empresas estrangeiras que atuam no Brasil, disse. Em relação à desvalorização do dólar frente ao real, o especialista da Apex afirma que é preciso entender o efeito do câmbio na competitividade da empresa. Se o fator de competição do produto é preço baixo, é preciso de câmbio favorável. Mas, cada vez mais se observa que as empresas que se posicionam no mercado internacional subiram na cadeia de valor dos produtos por meio da diferenciação em marca, design e até mesmo no processo produtivo. Com isso, o impacto das oscilações do dólar é menor. "O câmbio não deve ser fator de competitividade da empresa. Ela não pode ser refém de um fator que não é gerenciável por ela. É preciso criar fatores competitivos que isolam a questão cambial, e aí entra a agregação de valor", defendeu o gerente de inteligência comercial da Apex-Brasil. O diretor de relações industriais e institucionais da FIESC, Henry Quaresma, afirmou que a internacionalização das empresas está ligada à gestão interna da organização, porém a exportação depende de fatores que estão no plano governamental como acesso ao crédito, os acordos comerciais e a carga tributária, por exemplo. Quando o dólar está alto, as exportações crescem e questões estruturais como a alta carga tributária, os altos custos com logística e a má gestão não aparecem. Porém, com o dólar em baixa, as importações aumentam e uma série de problemas que estão sob a gerência do governo, como o acesso ao crédito, começam a aparecer, afetando a competitividade de quem produz no Brasil, explicou Quaresma. Santa Catarina tem 1.450 empresas exportadoras. Desse total, 280 são microempresas, 296 são de pequeno porte, 523 são de médio porte e 351 de grande porte. Dentro desse universo está a Bella Arte, empresa com sede em Blumenau, fabricante de acessórios para cortinas. A companhia, que tem 200 funcionários e atua em todo o Brasil, buscou em 2010 a expansão dos negócios por meio da exportação. Com o programa de internacionalização da FIESC, o Start Export, a empresa que tinha negócios só no Paraguai, ingressou na Argentina, Chile e Uruguai. Segundo gerente administrativo de vendas Alexandre Brandes, em sete meses, as exportações que não representavam nada no faturamento da empresa, passaram a 2% do total. "O Start Export trouxe novos clientes, melhoria dos processos e do design", disse. No próximo ano, a empresa já tem um planejamento para aumentar a carteira de clientes externos, e já tem definida a participação em feiras internacionais. Cenário das exportações: As exportações brasileiras devem fechar o ano com crescimento de 25% em relação a 2009. O resultado positivo é puxado pelo crescimento dos embarques de minério de ferro à Ásia. As exportações catarinenses devem fechar o ano com alta de 18%. Apesar de crescer menos que a média brasileira, o gerente de inteligência comercial da Apex-Brasil, Marcos Lélis, destaca que Santa Catarina exporta basicamente manufaturados, enquanto o país segue beneficiado pela alta das commodities. Lélis afirmou que de 1996 a 2008 houve mudança no destino dos embarques catarinenses. Em 1996, os 15 principais destinos das exportações representavam 76% da pauta. Hoje, representam 64%. Para Lélis, essa mudança é positiva, pois significa que o estado está diversificando mercados. Fonte: FIESC


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