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Banco de fomento à exportação deve reunir seguro e financiamento, diz AEB

Veículo: Folha de São Paulo
Seção: Mercado
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Em discussão no governo, o novo banco de fomento à exportação brasileiro será mais eficaz se reunir as funções de financiamento e seguro do que se forem instituídas duas agências distintas para tratar desses temas, opinou nesta quarta-feira, Benedito Moreira Fonseca, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil). Para o executivo, o excesso de burocracia já é um entrave ao comércio exterior do país, que tende a se agravar com a criação de novos mecanismos separados. Fonseca defende que a agência de fomento seja um braço do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Em seminário da AEB, no Rio, a superintendente de Comércio Exterior do BNDES, Luciene Machado, disse que existem vários modelos de bancos de fomento à exportação adotados pelos países desenvolvidos. Alguns reúnem as funções de agência de crédito e seguro --como o norte-americano-- e em outros as atribuições são separadas. É o caso da Alemanha, por exemplo. A superintendente não previu uma data para a criação do modelo brasileiro, cujas discussões se arrastam há mais de um ano. Para Fonseca, a nova agência poderá promover o comércio internacional do país e ajudar a equacionar três recorrentes problemas brasileiros: o deficit no balanço da pagamentos, a inflação e o baixo crescimento. "Em 1950, discutíamos esses mesmos problemas. Por isso, fechamos a economia por tanto tempo e só começamos a abri-la nos anos 90. Agora, a inflação está controlada com a mão forte dos juros altos e da política fiscal. O balanço de pagamentos se deteriora rapidamente e o desenvolvimento é uma incerteza", disse. Uma das causas do deficit crescente, diz, é o saldo negativo na balança de serviços, que elevará o deficit no balanço de pagamento a cerca R$ 60 bilhões em 2011. Para Renato Sucupira, ex-superintendente de comércio exterior do BNDES e diretor da Valora Assessoria Financeira, o comércio exterior carece com a falta de infraestrutura do país. O especialista calcula que é preciso investir ao menos 5% do PIB (Produto Interno Bruto) ao ano no setor para resolver os atuais gargalos.


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