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Câmbio e industrialização

Veículo: DCI
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O fantasma da desindustriazação ronda a economia brasileira. Problemas com o câmbio, que registra um dólar desvalorizado e um real em alta, causam, como um de seus reflexos negativos, queda das exportações. Mercados externos considerados clientes regulares do Brasil procuram outras alternativas para as suas compras globais. Concomitantemente, um problema tão sério -ou até maior- causado pela situação cambial é a forte importação de produtos acabados ou semiacabados. Para o CEO da empresa de auditoria BDO, Eduardo Pocetti, as indústrias que se dedicam mais à venda interna são afetadas, pois o dólar desvalorizado estimula a importação de produtos mais baratos que os similares nacionais. Para muitos setores, a luz amarela já se acendeu. A indústria automotiva, por exemplo, mostra forte preocupação com a escala ininterrupta de produtos e carros acabados que chegam de diferentes partes do mundo. Para o o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a redução da taxa básica de juros no ano que vem ajudaria a aliviar a apreciação do real frente ao dólar. No dia 13 de novembro, em Seul, onde acontecia a reunião do G-20, o ministro afirmou que "o Banco Central já pode baixar em 2011", referindo-se à taxa Selic. E acrescentou que "quanto vai cair" não é possível saber. "Mas posso garantir que vai cair. Isso ajuda o câmbio", apontou o ministro. Do início de 2009 até a última sexta feira o real acumulou alta de 34% frente ao dólar: o segundo maior ganho entre as 16 principais moedas acompanhadas pela agência de notícias Bloomberg. A taxa Selic, por sua vez, foi elevada três vezes neste ano, passando do nível mais baixo de sua história, 8,75% ao ano, para o patamar atual de 10,75%. Em 2011 especialistas acreditam que a tendência é o dólar testar a marca psicológica de R$ 1,60. Para o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, o câmbio fechará este ano de 2010 a R$ 1,70, previsão semelhante à da economista-chefe da Rosenberg, Thais Zara, e à do economista da Tendências, André Sacconato, em levantamento feito pela Agência Estado. De acordo com a Tendências, não há sinal algum de que o real poderá se desvalorizar até o fim deste ano. Segundo avaliação da MB Associados, a valorização do real ante o dólar é um reflexo do bom desempenho da economia.


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