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Economistas acreditam que dólar vai continuar em queda

Veículo: DCI
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"A situação externa é bem delicada. É melhor colocar as barbas de molho e tomarmos medidas para nos proteger." A frase dita pelo ex-ministro da Fazenda Delfim Netto sintetiza a avaliação dos economistas que participaram na Fecomércio-SP do evento que debateu a atuação do Brasil na última reunião do G-20, na Coreia do Sul Os especialistas concluíram que no encontro do G-20 quase nada foi definido. Segundo eles, isso significa que a guerra cambial, liderada por EUA e China, deve se aprofundar no curto prazo. "É preciso de certo banho de realismo", disse Delfim Netto, ao ressaltar que os problemas econômicos nos EUA são tão sérios que não há perspectiva de que a Casa Branca atenuará a política de desvalorização de sua moeda. O enfraquecimento do dólar norte-americano, segundo o presidente do Conselho de Planejamento Estratégico da Fecomércio, Paulo Rabello de Castro, é vital para que a administração Barack Obama tente reduzir o forte desemprego do país com o incremento das exportações. "A partir da crise [de 2008], foram perdidos 10 milhões de empregos norte-americanos", ressaltou o economista. "Como os EUA precisam gerar por ano 1,5 milhão de novos postos para atender a população que ingressa no mercado de trabalho, isso significa que a economia daquele país precisa criar 600 mil empregos por mês, o que é o dobro do que era absorvido quando o Produto Interno Bruto [PIB] crescia 3,5%", disse Delfim Netto. Os EUA registraram uma queda do PIB de 2,6% em 2009 e deve apresentar uma expansão de 2,7% neste ano, de acordo com estimativa do banco JPMorgan. Para o ex-diretor do BC Luiz Augusto Candiota, a reunião do G-20 não produziu nada e destacou que não é possível tratar uma crise de emprego e comercial com uma guerra cambial. "Será uma luta de cada um por si", disse. "Os EUA querem dividir a conta [dos seus problemas] com o resto do mundo", ressaltou. Ele destacou que o "vento de cauda" a favor que o Brasil captou até meados de 2008, com a forte expansão da economia mundial, certamente não será registrado nos próximos anos. Segundo Candiota, a forte apreciação das commodities em geral apurada nos últimos meses é um fato que não tem respaldo com a produção física destes produtos. Na avaliação de Paulo Rabello de Castro, em função da dificuldade da retomada da economia mundial, os preços das commodities em geral no mercado internacional estão sobrevalorizados entre 25% e 30%. Os economistas Delfim Netto e Paulo Rabello de Castro afirmam que a situação econômica dos Estados Unidos não vai mudar no curto prazo, o que deve prolongar a guerra cambial com a China, que prejudica o comércio exterior de outros países. "A situação externa é bem delicada. É melhor pôr as barbas de molho e tomar medidas para nos protegermos", disse Delfim. O enfraquecimento do dólar norte-americano, diz o presidente do Conselho de Planejamento Estratégico da Fecomércio, Paulo Rabello de Castro, é vital para que a administração de Barack Obama tente reduzir o forte desemprego do país com o incremento das exportações. Os economistas acreditam que o Brasil precisa tomar medidas duráveis para conter a escalada do real frente à moeda americana, como baixar as taxas de juros.


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