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Crédito à exportação brasileira se reanima

Veículo: Netmarinha
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Outubro pode ter marcado a retomada do crédito à exportação. O total de Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio (ACC) e de Adiantamentos Cambiais Entregues (ACE)  pelo BB, maior participante do mercado, atingiu US$ 1,3 bilhão - 44% acima da média dos meses anteriores, de US$ 900 milhões. Especialistas acreditam que grandes exportadores estão tomando as linhas para aproveitar os altos juros da aplicação em reais.


Os dados do BC sobre o crédito em outubro só serão conhecidos no fim do mês, mas a melhora já pode ser notada no resultado do movimento de câmbio. Pela primeira vez desde maio, as entradas de dólares para exportações superaram as saídas dos contratos de importação. Na segunda quinzena de outubro, a entrada de divisas para exportação superou a saída em US$ 2,5 bilhões. Em outubro, também foi registrado o maior nível de ACC no ano, de US$ 3,408 bilhões, alta de 30% sobre setembro. O volume foi o mais alto desde o agravamento da crise, no fim de 2008, e se aproxima da média mensal daquele ano, de US$ 3,8 bilhões.


BB vê aumento do crédito à exportação


O mês de outubro pode ter marcado uma retomada do crédito à exportação. O total de Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio (ACC) e de Adiantamentos sobre Cambiais Entregues (ACE) concedidos pelo Banco do Brasil, o maior agente desse mercado, atingiu US$ 1,3 bilhão no mês. O volume é 44% superior à média mensal de US$ 900 milhões registrada entre janeiro e setembro deste ano.


Para o banco, o ritmo se aproxima dos níveis pré-crise e a tendência de crescimento deve se manter no próximo ano. Alguns especialistas acreditam que grandes exportadores podem estar tomando essas linhas, baratas, para fazer arbitragem e aproveitar as altas taxas de juros da aplicação em reais.


A modalidade de financiamento ao comércio exterior é a única que ainda não retomou o ritmo anterior às turbulências internacionais. Segundo dados do Banco Central (BC), o saldo de ACC - antecipações de recursos vinculados a contratos de exportação - fechou setembro em R$ 30,3 bilhões, 30% inferior aos R$ 43,3 bilhões registrados no fim de 2008. Os repasses externos - transferências de recursos captados no exterior por instituição financeira para empresas no país - cujo estoque era de R$ 28,5 bilhões antes da crise, agora oscila na casa dos R$ 9 bilhões.


A entrada de dólares via empréstimo ao exportador é mais uma variável que pode pressionar a moeda americana. Mas os exportadores não mexeram no volume de recursos mantidos no exterior. Segundo Toledo, o saldo dos exportadores nas contas do BB fora do país se mantém constante em torno de US$ 5 bilhões.


Para o executivo, a recuperação do crédito reflete a recuperação das exportações no mês passado. As baixas taxas de juros internacionais também têm contribuído para essa retomada. O custo de uma linha externa chegou ao nível mais baixo dos últimos anos.


O preço médio praticado para ACC e ACE, em setembro deste ano, chegou a 3,096% ao ano, segundo dados fornecidos pelo Banco do Brasil. Antes da crise, em junho de 2008, o custo médio era de 5% ao ano. Logo após as turbulências, que se seguiram à quebra do banco americano Lehman Brothres, a taxa disparou para 7%, recuando desde então. No início de 2010, o custo já estava baixo, na casa dos 3,5% ao ano. O custo caiu puxado pela Libor, mas os spreads se mantêm constantes, diz Toledo.


Os dados do BC referentes ao crédito em outubro só serão conhecidos no fim deste mês, mas a melhora já pode ser notada no resultado do movimento de câmbio. Os números divulgados na semana passada pela autoridade monetária mostram que pela primeira vez, desde maio, a entrada de dólares para as exportações superaram as saídas decorrentes dos contratos de importação.


Os dados do BC mostram que o mês passado também registrou o maior nível de ACC no ano, de US$ 3,408 bilhões, alta de 30% sobre setembro. O volume foi o mais alto desde o fim de 2008, e já se aproxima da média mensal daquele ano, que era US$ 3,8 bilhões.


A demanda por crédito externo em outubro animou o vice-presidente da área de negócios internacionais e atacado do BB, Allan Simões Toledo. "Caminhamos para retomar o patamar anterior à crise", diz. "Outubro foi um dos melhores meses em termos de crédito à exportação e até superou um pouco nossas expectativas". Os maiores demandantes são exportadores ligados ao agronegócio, os setores de metalurgia e siderurgia, além da indústria automobilística.


O BB já responde por um terço das concessões de crédito à exportação. As liberações do banco pularam de US$ 16,3 bilhões, entre janeiro e outubro do ano passado, para US$ 23,9 bilhões no mesmo período deste ano, alta de 46,5%. Os maiores avanços ocorreram nos empréstimos sindicalizados para pré-pagamento de exportação, que passaram de US$ 1,9 bilhão para US$ 2,6 bilhões, e nas notas de crédito à exportação (NCE), que foram de US$ 3,2 bilhões para US$ 8,6 bilhões entre 2009 e 2010.



Com informações Valor Econômico



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