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Calçado junta-se aos têxteis nas críticas às importações do Paquistão
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Sónia Santos Pereira
12/10/10 00:05
Grupos como a Zara ou a H&M poderão beneficiar da abertura de fronteiras da UE ao Paquistão.
As empresas dos sectores do têxtil e do calçado estão preocupadas com a abertura das fronteiras europeias aos produtos oriundos do Paquistão. A Comissão Europeia tem em cima da mesa uma medida para isentar do pagamento de taxas alfandegárias 75 produtos paquistaneses, com o objectivo de apoiar este país após as inundações do Verão passado. A proposta da comissão inclui 70 artigos têxteis e também calçado.
"A indústria têxtil é sempre dada como moeda de troca nestes assuntos", frisa Paulo Melo, administrador-executivo do grupo têxtil Somelos. Este responsável acredita que, para garantir a capacidade exportadora, a indústria têxtil tem de se manter "estupidamente competitiva".
"Não tem que ser sempre o têxtil e o vestuário a pagar estes acordos", defende também Paulo Vaz, director-geral da Associação Portuguesa de Têxteis e Vestuário (ATP). Apesar de não haver dados concretos do efeito desta medida no emprego em Portugal, Paulo Vaz lembra que desde 2005, após a liberalização dos têxteis chineses, a indústria portuguesa elimina anualmente perto de cinco mil postos de trabalho.
Miguel Oliveira, presidente da empresa que detém as marcas de calçado Vírus e Chocolate Negro, também não tem dúvidas que a importação de calçado do Paquistão irá afectar o sector. "O Paquistão tem acesso a mão-de-obra mais barata que Portugal e é produtor de matéria-prima, como os couros", somando a isenção de impostos de entrada fica com "vantagens competitivas", explica o empresário.
*Leia a versão completa na edição de hoje do Diário Económico
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