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A taxa cambial é mais perniciosa nas importações

Veículo: NewsComex
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Os dados da balança comercial do mês de setembro poderiam levar à conclusão de que o problema da taxa cambial que o governo está tentando resolver não é tão grave. A exportação, levando em conta a média por dia útil, cresceu 2,6% sobre agosto, apesar de uma nova deterioração da taxa cambial, e elevou-se de 35,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O problema é que as importações cresceram mais: 10,6% em relação a agosto, e 41,3% em relação a setembro de 2009.

O crescimento das exportações se deve essencialmente a produtos básicos, com receitas de US$ 8,906 bilhões (+61,9% em relação ao mesmo mês de 2009), ante US$ 7,152 bilhões dos produtos manufaturados (+16,1%) e US$ 2,448 bilhões dos semimanufaturados (+30,1%). Os produtos básicos, diante da forte demanda dos países asiáticos (a China em particular), experimentaram uma forte elevação dos preços (172,9% para o minério de ferro em relação ao mesmo período de 2009).

Essas exportações estão dependendo fortemente da demanda da China, para onde nossas exportações em geral cresceram 74,2% em um ano. O segundo maior aumento se verifica para a Argentina (+60,5%), mas se trata de um aumento pontual decorrente de vendas de veículos e aviões.

O maior problema causado pela supervalorização do real se constata nas importações, pois estas afetam o crescimento de nossa indústria. Em relação ao mesmo mês do ano passado, as importações cresceram 41,3%, apesar de uma redução de 25,3% de nossas compras de petróleo. As importações de bens de capital cresceram 50,5%, o que pode ser considerado como positivo, na medida em que permite um aumento da capacidade de produção, embora importemos algumas máquinas que o Brasil poderia produzir e nos acomodemos com uma importação que não nos leva a melhorar nossa máquinas.

As importações de matérias-primas e bens intermediários cresceram 35,9%, e grande parte desses bens poderia ser produzida no País, mas, com a taxa cambial valorizada, os preços externos são inferiores aos que a indústria nacional pode oferecer, o que acarreta um processo de desindustrialização preocupante.

As importações de bens duráveis apresentaram o maior aumento: 54% (e 47,2% no caso de automóveis). Parece que até já desistimos de montar esses veículos em nossas fábricas... Neste caso, também a China está se tornando nosso maior fornecedor, com um aumento de 73% em relação a um ano atrás. É uma situação nada confortável.
(Fonte)

Postado por: NewsComex - Comércio Exterior e Logística


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