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Fiesp estima que déficit externo será de US$ 50 bilhões neste ano

Veículo: DCI
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Da Redação

O diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Gianetti da Fonseca, afirmou ontem que é insustentável o avanço dos déficits das contas externas do Brasil, provocado pelo câmbio sobrevalorizado e pela falta de adoção de medidas do governo para aumentar a competitividade da exportação de produtos brasileiros, sobretudo os manufaturados.

Ele estimou que o déficit em conta corrente deve atingir US$ 50 bilhões este ano e avançar em 2011 para US$ 70 bilhões, num contexto de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5% no ano que vem. Ele acredita que o câmbio razoável para o País deveria estar entre R$ 2 e R 2,20 por dólar. "Nossas contas externas caminham para déficits insustentáveis. A queda dos juros é essencial, pois é o principal mecanismo de atração de capitais para o País, o que ajuda a manter a moeda sobrevalorizada", comentou.

Gianetti da Fonseca enfatizou que o câmbio é o principal fator que reduz as chances de venda dos produtos manufaturados brasileiros no exterior. Segundo ele, o déficit comercial desses produtos deve atingir US$ 59 bilhões este ano e subir para US$ 80 bilhões em 2011. "Tenho esperança de que o próximo governo, independentemente de o presidente ser Dilma Rousseff ou José Serra, vai adotar medidas para reduzir os problemas estruturais das contas externas", afirmou. "E tenho certeza de que o próximo presidente vai atacar o problema da valorização do câmbio, sobretudo com uma política econômica que permita a redução dos juros", comentou. "Do lado de Dilma, os principais formuladores [do programa de governo], como Luciano Coutinho, Antonio Palocci e Nelson Barbosa, estão bastante conscientes dessa questão. E, do lado de Serra, ele mesmo está bastante convicto de que é preciso mudar esse quadro."

Além de reduzir a sobrevalorização do câmbio, Gianetti destacou que o próximo presidente pode adotar com certa facilidade medidas que não precisam da aprovação do Congresso, como uma reforma tributária, para melhorar as condições de funding dos exportadores.



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