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BNDES age como Ex-Im Bank antes mesmo de aprovação

Veículo: DCI
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Karina Nappi

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) adianta o processo de atuação do Ex-Im Bank, pois a burocracia e a espera por aprovação do Congresso Nacional freiam as intenções do governo federal de ampliar sua presença na América Latina ainda neste ano. Isso porque, a criação oficial deve acontecer no próximo ano. A afirmação é do professor de administração da ESPM, José Amato Balian.

Na tarde de ontem, o BNDES fez o terceiro anúncio consecutivo de parcerias para financiamento de projetos com instituições financeiras com foco em outros países da América Latina e do Mercosul - Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil.

"Os anúncios feitos da semana passada para esta mostram que o Brasil realmente está crescendo e necessita expandir suas parcerias e modernizar o seu pólo industrial para conseguir competir com as outras sete economias que crescem mais e estão à sua frente", pontua Balian.

A união do banco mexicano de fomento Bancomext com o BNDES visa financiar parcialmente um pólo petroquímico que será construído por empresas do Brasil e do México no Estado mexicano de Veracruz. O presidente do Bancomext, Héctor Rangel, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, abriram caminho para o financiamento da unidade durante um encontro no Rio de Janeiro, do qual também participaram representantes da Braskem e da mexicana Idesa, que são as empresas envolvidas no projeto "Etileno XXI".

"A combinação das forças dos dois bancos de desenvolvimento será fundamental para vencer o desafio de atrair fundos de várias fontes e permitir o financiamento do projeto em termos internacionalmente competitivos", disse o Bancomext, em comunicado à imprensa mundial.

O acordo entre os dois bancos estabelece um prazo até meados de 2011 para que o contrato de financiamento seja finalizado. As principais fontes de recursos seriam o BNDES, o Bancomext e outros bancos privados e de exportação de outros países

Em fevereiro, a Braskem e a Idesa assinaram um acordo com a petroleira estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) para investir no complexo petroquímico de Coatzacoalcos, na costa do Golfo do México, em Veracruz.

As duas empresas venceram um contrato para receber etano da Pemex, que é a matéria-prima da nova fábrica.

Segundo informações da Dow Jones a Pemex fornecerá 66 mil barris por dia de etano por 20 anos para alimentar a unidade que vai produzir 1 milhão de toneladas de etileno por ano, além de polietileno.

O Bancomext informou que o novo complexo vai permitir que o país reduza boa parte das suas importações anuais de polietileno, de 1,4 milhão de toneladas.

Exportações

Um dos anúncios feitos na semana passada foi a parceria entre o BNDES e o banco Itaú para a criação de uma linha de crédito com o objetivo de fomentar as exportações brasileiras para os países do Mercosul. A iniciativa faz parte da estratégia do banco privado de fortalecer sua presença na América Latina. A instituição será a primeira a oferecer o produto do banco de fomento. O projeto começa com a Argentina e a intenção é expandir o crédito para países da região onde o Itaú já atua.

A linha de crédito será válida para a aquisição de produtos voltados à indústria, construção civil e infraestrutura. As taxas de juros e dos prazos de pagamento serão determinadas de acordo com as condições de cada país. O projeto visa estimular a venda de bens de capital produzidos no Brasil para países da América do Sul, alavancando a demanda por produtos nacionais de valor agregado.

"Queremos expandir o crédito, e consequentemente a troca comercial entre as indústrias brasileiras e os países em que o Itaú está presente", afirmou Ricardo Marino, vice-presidente de Unidades Externas do Itaú Unibanco.

O Exim Automático opera com a abertura de linhas de crédito a bancos no exterior, por meio de um contrato "guarda-chuva", no qual são cursadas as operações para financiamento às exportações de bens brasileiros. Nesse modelo operacional, os bancos no exterior têm maior liberdade para fomentar as operações com seus clientes locais (importadores) e assumem o risco de crédito perante o BNDES. Os desembolsos são feitos ao exportador, no Brasil, após o embarque, à vista e em moeda brasileira.

O terceiro anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao afirmar que o BNDES deve oferecer à indústria da América Latina linhas de financiamento para compras de máquinas e bens de capital iguais às oferecidas a empresas nacionais.

Antes mesmo da formação oficial da nova instituição, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) adianta o processo de atuação do Ex-Im Bank, que deve iniciar suas operações apenas em 2011. Ontem, o BNDES anunciou acordo com o mexicano Bancomext para financiar parcialmente um polo petroquímico que será construído por empresas do Brasil e do México no estado mexicano de Veracruz.

Os presidentes dos dois bancos fecharam a parceria em reunião realizada ontem no Rio de Janeiro da qual também participaram representantes da Braskem e da mexicana Idesa, empresas envolvidas no projeto.



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