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País ficará estagnado em ranking de renda

Veículo: Folha de S. Paulo
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Érica Fraga



Entre 2009 e 2032, o Brasil terá saltado da oitava para a quinta posição no ranking de maiores economias do mundo. Mas, em termos de renda per capita, o país permanecerá estagnado na 47ª posição em uma lista de 73 nações.
As projeções são do banco Goldman Sachs, que inventou o acrônimo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). 2032 é o ano em que a instituição prevê que, somadas, as economias dos Brics (no cálculo em dólares) alcançarão as do G7 (EUA, Reino Unido, Japão, Itália, Alemanha, França e Canadá).
A renda per capita é uma medida da riqueza e nível de desenvolvimento de uma nação, resultado da divisão do PIB (Produto Interno Bruto) pelo total de habitantes.
Em termos absolutos, o Goldman Sachs prevê um forte aumento no PIB per capita brasileiro (em dólares), que quase triplicará, alcançando US$ 21 mil em 2032.
Mas outros emergentes darão saltos maiores. Os destaques são algumas nações do Leste Europeu -principalmente devido à tendência de encolhimento de suas populações- e da Ásia.

CHINA
No caso da China, por exemplo, o PIB per capita crescerá cerca de seis vezes e encostará no brasileiro, levando o país a saltar da 56ª para a 48ª posição. Entre os demais Brics, a Rússia avançará cinco posições, e a Índia, apenas uma no ranking de renda per capita.
Saltos de produtividade são a chave para que países como Brasil e Índia, cujas populações continuarão a crescer a taxas elevadas, atinjam ritmo de crescimento suficiente para levar a expansão mais significativa de suas rendas per capita.
Mas, segundo o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), o Brasil está longe de trilhar esse caminho.
Produtividade é uma medida de eficiência da economia. Fatores como a quantidade e a qualidade do capital físico (como máquinas e equipamentos) e humano e a eficiência como eles são utilizados ajudam a explicar o ritmo de avanço da produtividade.

BAIXO INVESTIMENTO
No Brasil, os investimentos na formação de capital físico seguem muito baixos, equivalentes a cerca de 18% do PIB, ante mais de 45% na China, 28,7% em Cingapura e pouco mais de 20% na média da América Latina.
Além disso, a qualidade da educação ainda é baixa.
Há uma medida da qualidade do capital humano que são os testes de aprendizado internacional. Assim como o Brasil fica mal na foto em termos de capital físico, fica muito mal também quando participa de testes de aprendizado em todos os níveis escolares, diz Giannetti.
Robert Wood, analista sênior da EIU (Economist Intelligence Unit), prevê que o Brasil crescerá a uma taxa média de 4,2% entre 2011 e 2030, quase o dobro dos 2,4% registrados entre 1981 e 2009. Ainda assim, diz ele, a economia brasileira manterá seu peso no PIB mundial estagnado em cerca de 3,3%.
A EIU tem projeções similares às do Goldman Sachs para a evolução da renda brasileira. Entre 2009 e 2030, o Brasil terá avanço modesto tanto no ranking de PIB per capita em dólares como em paridade do poder de compra (PPC, que ajusta os valores absolutos do PIB de acordo com o custo de vida em cada país) da consultoria, saltando da 47ª para a 46ª no primeiro caso e da 57ª para a 55ª no segundo.



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