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Mercado revisa para baixo projeção de avanço do PIB

Veículo: DCI
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Fernanda Bompan

O boletim Focus desta semana revelou queda na projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, ao passar de 7,20%, percentual mantido nas quatro semanas anteriores, para 7,12%. Ao mesmo tempo, os consultados pelo Banco Central (BC) revisaram para baixo as expectativas sobre a taxa básica de juros (Selic), de 11,50% para 11% ao ano, e sobre a inflação, de 5,27% para 5,19%.

Com relação ao próximo ano, a perspectiva para o PIB permanece a 4,5% há 35 semanas. Da mesma forma, se mantém (há 17 semanas) a expectativa para a inflação (4,80%). A única alteração na expectativa para 2011 foi a da taxa Selic, ao passar de 11,75% para 11,63% ao ano.

De acordo com economistas, as mudanças se adaptaram aos resultados registrados no segundo trimestre deste ano, os quais apresentaram forte desaceleração, entre eles da atividade industrial. Com todos os resultados divulgados e com a retirada dos estímulos fiscais, os entrevistados pelo BC refizeram suas projeções para abaixo do analisado no começo do ano, explica o analista da Tendências Consultoria, Bernardo Wjuniski. Ele prevê que o PIB em 2010 feche a 6,6%, bem inferior da previsão Focus. Mas acredito que o mercado deve reduzir ainda mais a sua expectativa para o crescimento econômico, o que pode ser menor do que 7%, diz.

O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira, endossa a opinião do analista da Tendências. Os próximos meses apresentarão um crescimento mais suave, dentro da normalidade. Porém, ainda será uma expansão robusta pouco abaixo de 7%, entende.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) informou ontem que trabalha com uma previsão entre 5,5% e 6,5% para o PIB de 2010, além de expectativa de 4% e 5% para o fechamento do IPCA deste ano. Segundo relatório do Ipea, a expansão econômica deve ser mais suave nos próximos meses, por conta da desaceleração do consumo das famílias, em comparação com o crescimento recorde de 9% registrado no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

O texto diz, ainda, que caso o PIB fique estagnado nos próximos três trimestres do ano, na série com ajuste sazonal, registraria mesmo assim expansão de até 6% em relação a 2009. Entre os fatores que contribuem para um crescimento menos acelerado, o instituto cita a retirada de estímulos fiscais e a retomada da alta da taxa Selic, que está a 10,75% ao ano.

No caso da taxa básica de juros, tanto Bernardo Wjuniski quanto Miguel de Oliveira acreditam que o ciclo de aperto monetário já deve ter encerrado. Se subir, deve ser conforme escreve o Focus: apenas em setembro com alta de 0,25 ponto percentual, comenta o vice-presidente da Anefac.

Já o professor de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV-EESP), Samy Dana, prevê alta para a Selic na próxima reunião do Copom. Acredito que haverá alta de 0,5 ponto percentual na próxima reunião (em setembro). Isso deve ocorrer porque apesar de a inflação estar controlada, há déficit na balança comercial, explica Dana.

O analista da Tendências afirma não concordar com a sinalização do BC de encerrar as elevações da Selic. Pelo ritmo de crescimento da economia, a autoridade monetária terá de subir a taxa no próximo ano, diz.

Inflação

Para Dana, com relação à previsão para a inflação, esta indica que os preços tendem a cair, o que resulta no aumento do poder de compra do salário.

Bernardo Wjuniski projeta fechamento de 5% em 2010, assim como Miguel de Oliveira. Junho e julho apresentaram desaceleração, mas em agosto o IPCA deve voltar a subir, aponta o analista da Tendências. De qualquer forma, as previsões são otimistas para este ano, completa Oliveira.

O mercado também alterou a estimativa para o IGP, DI, ao passar de 8,36% para 8,43% em 2010, mas manteve o prognóstico para 2011 a 5% (há 14 semanas). O IGP-M também passou de 8,47% para 8,50%, em 2010 e ficou estável a 5% em 2011. Já a previsão do IPC-Fipe recuou de 5,12% para 5,04% neste ano, e passou de 4,53% para 4,5 no ano seguinte.

Outros importantes elementos para as análises dos economistas são as expectativas para câmbio - que se mantém a R$ 1,80 há 20 semanas, para 2010 e a R$ 1,85, para 2011 - e para a produção industrial - a qual passou de 11,98% de crescimento para 11,70%, a encerrar este ano e de 8,05% para 5%, em 2011.

Depois de revisar suas projeções da taxa básica de juros (Selic), economistas já começam a baixar também suas projeções do crescimento da economia em 2010. Instituições importantes, como a Tendências Consultoria e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), trabalham com crescimento abaixo de 7% do Produto Interno Bruto neste ano.

Apesar de também ter revisto para baixo suas previsões, o mercado financeiro ainda está um pouco mais otimista. O boletim Focus desta semana revelou queda da projeção do PIB de 7,20% para 7,12%, depois de quatro semanas de estabilidade. Ao mesmo tempo, as instituições consultadas pelo Banco Central (BC) revisaram para baixo as expectativas da Selic: de 11,50% para 11% ao ano.

Com todos os resultados divulgados e com a retirada dos estímulos fiscais, os entrevistados pelo BC refizeram suas projeções para abaixo do analisado no começo do ano, explica o analista da Tendências, Bernardo Wjuniski. Ele prevê que o PIB, em 2010, feche a 6,6%, bem inferior à previsão do Focus.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) informou ontem que trabalha com uma previsão de entre 5,5% e 6,5% para o PIB de 2010, além de expectativa de 4% a 5% para o fechamento do IPCA deste ano. Segundo relatório do Ipea, a expansão econômica deve ser mais suave nos próximos meses por causa da desaceleração do consumo das famílias, em relação ao crescimento de 9% registrado no primeiro trimestre.


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