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Alta do algodão deixa têxteis em alerta
Veículo: Folha de Blumenau
Seção: Economia
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O algodão responde em média por 40% do preço dos produtos de cama, mesa e banho. É uma mercadoria sujeita às variações mundiais e, nos últimos seis meses, valorizou cerca de 25%. O presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário, Ulrich Kuhn, ressalta que nunca houve um aumento do algodão de forma tão rápida, num pequeno período. A valorização da matéria-prima deixou a indústria têxtil apreensiva. De acordo com o presidente, não é possível repassar todo o aumento do custo para os clientes, portanto, “as indústrias têxteis catarinenses vão repassar em média apenas 5%”.
Mas, apesar do revés, a indústria de transformação, em especial a têxtil, vivencia um cenário favorável, segundo o presidente do Sintex. “A alta dos preços do algodão criou apenas uma nuvem cinzenta no céu azul, porém afetou significativamente a rentabilidade”, comparou Kuhn. “Tivemos resultados muito melhores no primeiro semestre deste ano, se comparar ao mesmo período de 2009. Acompanhando a evolução da economia brasileira e o crescimento do consumo interno, devemos fechar 2010 com resultados positivos”, acrescenta.
De acordo com projeção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano deve apresentar uma alta de 6% para 7,5%. Se a projeção se confirmar, será a primeira vez desde 1986 que o País terá crescido 7,5% em um ano, segundo o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini. A nova projeção considera que a indústria como um todo deverá crescer 11,6% neste ano.
Aumento
Em junho, os preços do algodão tiveram um acréscimo de 9,27%, em média nas cotações, influenciada pela pouca oferta de algodão de melhor qualidade, graças ao atraso da colheita em algumas regiões.
A alta dos preços internacionais também interferiu, já que elevou a paridade de importação. “A maioria dos compradores permaneceu bastante retraída, aguardando uma possível queda nos preços com a entrada de safra nova. As negociações foram bem reduzidas, com alguns compradores fazendo aquisições estritamente necessárias e pontuais para o consumo quase imediato”, assinala o analista de Safras & Mercados, Miguel Biegai Júnior.
Ele ressalta que algumas indústrias querem comprar algodão para entrega futura a fim de garantir os estoques, mas a maioria dos produtores prefere não vender, aguardando o avanço do beneficiamento para ver o tipo e a produtividade da colheita. A expectativa de muitos produtores é que o mercado continue em alta mesmo com a entrada de um volume maior de safra nova, já que a demanda está bem aquecida.
Alguns compradores já estão pensando em repassar os preços para o consumidor final ou diminuir a demanda para controlar os preços. No oeste da Bahia, o algodão 41.4 com elevado volume de processamento (HVI) está sendo comercializado na média de R$ 51,30 a arroba. Ainda na região, algodão em caroço é negociado de R$ 370,00 a R$ 380,00 a tonelada.
A região Centro-Oeste responde por 74,47% do algodão produzido no Brasil, de acordo com dados da Embrapa. Somando-se a produção do Centro-Oeste com a da Bahia e do Maranhão, o algodão do cerrado representa mais de 80,0% da produção nacional. O País tem aproximadamente de 10% a 15% de variedades transgênicas plantadas.
Seção: Economia
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Matéria publicada na edição 402, no dia 09-07-2010
Mas, apesar do revés, a indústria de transformação, em especial a têxtil, vivencia um cenário favorável, segundo o presidente do Sintex. “A alta dos preços do algodão criou apenas uma nuvem cinzenta no céu azul, porém afetou significativamente a rentabilidade”, comparou Kuhn. “Tivemos resultados muito melhores no primeiro semestre deste ano, se comparar ao mesmo período de 2009. Acompanhando a evolução da economia brasileira e o crescimento do consumo interno, devemos fechar 2010 com resultados positivos”, acrescenta.
De acordo com projeção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano deve apresentar uma alta de 6% para 7,5%. Se a projeção se confirmar, será a primeira vez desde 1986 que o País terá crescido 7,5% em um ano, segundo o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini. A nova projeção considera que a indústria como um todo deverá crescer 11,6% neste ano.
Aumento
Em junho, os preços do algodão tiveram um acréscimo de 9,27%, em média nas cotações, influenciada pela pouca oferta de algodão de melhor qualidade, graças ao atraso da colheita em algumas regiões.
A alta dos preços internacionais também interferiu, já que elevou a paridade de importação. “A maioria dos compradores permaneceu bastante retraída, aguardando uma possível queda nos preços com a entrada de safra nova. As negociações foram bem reduzidas, com alguns compradores fazendo aquisições estritamente necessárias e pontuais para o consumo quase imediato”, assinala o analista de Safras & Mercados, Miguel Biegai Júnior.
Ele ressalta que algumas indústrias querem comprar algodão para entrega futura a fim de garantir os estoques, mas a maioria dos produtores prefere não vender, aguardando o avanço do beneficiamento para ver o tipo e a produtividade da colheita. A expectativa de muitos produtores é que o mercado continue em alta mesmo com a entrada de um volume maior de safra nova, já que a demanda está bem aquecida.
Alguns compradores já estão pensando em repassar os preços para o consumidor final ou diminuir a demanda para controlar os preços. No oeste da Bahia, o algodão 41.4 com elevado volume de processamento (HVI) está sendo comercializado na média de R$ 51,30 a arroba. Ainda na região, algodão em caroço é negociado de R$ 370,00 a R$ 380,00 a tonelada.
A região Centro-Oeste responde por 74,47% do algodão produzido no Brasil, de acordo com dados da Embrapa. Somando-se a produção do Centro-Oeste com a da Bahia e do Maranhão, o algodão do cerrado representa mais de 80,0% da produção nacional. O País tem aproximadamente de 10% a 15% de variedades transgênicas plantadas.
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