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‘Câmbio valorizado tira a competitividade’, diz Kuhn

Veículo: Folha de Blumenau
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Matéria publicada na edição 401, no dia 06-07-2010

 


Para Kuhn, o problema da indústria continua sendo a alta carga tributária (Arquivo Folha)


O presidente do Sindicato da Indústria de Fiação, Tecelagem e do Vestuário (Sintex) de Blumenau, Ulrich Kuhn, acredita que o câmbio valorizado tira a competitividade do produto têxtil nacional, mas, por outro lado, tem auxiliado as indústrias a investirem em máquinas e equipamentos, aumentando a produtividade. Para ele, seria melhor ter um câmbio mais realista, mas “é o que temos no momento e é preciso tirar o melhor proveito disto”.

O câmbio valorizado fica evidente na análise da origem dos produtos têxteis e do vestuário que ingressam no País. Os dez maiores fornecedores têm menores juros, crédito mais acessível e mais incentivo à exportação, incluindo câmbio favorável, na comparação com o Brasil. Também pagam menos impostos, com exceção de Estados Unidos e Alemanha, que apresentam carga tributária similar à brasileira. De janeiro a maio de 2010, os dez principais exportadores para o País foram a China, Índia, Indonésia, Estados Unidos, Argentina, Taiwan, Coréia do Sul, Bangladesh, Alemanha e Tailândia.

No acumulado dos primeiros cinco meses de 2010, o saldo negativo da balança comercial da indústria têxtil e de confecção do Brasil foi de US$ 1,15 bilhão, significando 108% a mais em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado é em função das importações de US$ 1,88 bilhão contra exportações de US$ 730,30 milhões, de janeiro a maio.

As vendas externas tiveram pequeno recuo (0,35%) e as compras evoluíram 46,38% na comparação com os números relativos ao mesmo período de 2009, quando o déficit da balança foi de US$ 555,90 milhões. Excluindo-se as fibras de algodão, o saldo negativo nos primeiros cinco meses de 2010 foi ainda maior, atingindo US$ 1,29 bilhão, contra US$ 821,70 milhões no exercício anterior (aumento de 57,5%).

Somente em maio, o déficit total foi de US$ 237,70 milhões e de US$ 242,30 milhões se excluídas as fibras de algodão. Isto significa evolução, respectivamente, de 98,4% e 55,8% em relação ao mesmo período de 2009. No mês, as exportações foram de US$ 136,20 milhões (mais 6,53% ante o ano passado) e as importações, US$ 374 milhões (mais 51,01%).



Tributos



Para Kuhn, o principal problema da indústria, entretanto, continua sendo a alta carga tributária. A indústria de transformação é o setor que mais paga impostos no País, de acordo com dados divulgados pelo Valor Econômico. Além de tributos sobre o lucro e a folha de salários, as indústrias estão sujeitas à cobrança de PIS e Cofins, contribuições calculadas sobre a receita bruta. Outro entrave são os elevados juros, que aumentam os riscos econômicos do investimento.


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