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BC aprova aceno chinês no câmbio

Veículo: Correio Braziliense
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Marcelo Ferreira

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, qualificou ontem como “bem-vindo” o anúncio do congênere chinês sobre a intenção de flexibilizar a moeda do país, o iuan, desde 2008 sem ajustes em relação ao dólar. Por meio de sua assessoria, Meirelles disse que a decisão — anunciada no sábado — “demonstra a disposição do governo da China de contribuir para um maior equilíbrio econômico global”. Contudo, o chefe da autoridade monetária brasileira acertou na cautela: “Mas é preciso aguardar os próximos desdobramentos”. Ontem, o BC Chinês disse que manterá a taxa do iuan em um nível basicamente estável e que o novo regime cambial será muito parecido com o antigo.

Segundo o primeiro comunicado divulgado pelo BC chinês, o país voltaria a fazer com que o iuan se tornasse mais flexível, mostrando que pretendia acabar com 23 meses de um câmbio fixo em relação ao dólar. Mas, no segundo pronunciamento, a instituição descartou claramente a possibilidade de uma mudança única, dizendo que não havia base para uma grande apreciação. A primeira notícia chegou a animar analistas de todo o mundo, já que uma valorização do iuan equilibraria a participação da China no fluxo do comércio mundial, com o fim da artificialidade de preço dos produtos asiáticos.

G-20
“Apenas um dia depois de muito alarde sobre o fato que os chineses finalmente iam mudar sua política cambial, eles já estão voltando atrás. Isso reforça nosso ceticismo inicial”, disse o senador conservador norte-americano Charles Schumer, conhecido crítico da China. “Pretendemos seguir em frente com a legislação o quanto antes.” Outros líderes dos EUA, União Europeia e Japão, entretanto, receberam a notícia como uma contribuição promissora para o reequilíbrio da economia mundial e uma promessa de que a China deverá aprofundar a reforma do iuan.

Os mercados de ações de todo o mundo podem reagir com a notícia, que chega uma semana antes do encontro dos G-20 no Canadá, e que pode diminuir os temores de uma briga entre os Estados Unidos e a China, em um momento bastante delicado para a economia mundial.

"(O anúncio) demonstra a disposição do governo da China de contribuir para um maior equilíbrio econômico global. Mas é preciso aguardar os próximos desdobramentos.”
Henrique Meirelles, presidente do Banco Central



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