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Algodão: americanos vão tentar evitar a retaliação

Veículo: O Globo
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Eliane Oliveira

Uma trégua de dois anos ou a retaliação imediata na importação de 102 itens, nas áreas de serviços e propriedade intelectual. É com estas duas alternativas que os ministros da Câmara de comércio exterior (Camex) trabalharão hoje, ao receberem o resultado final das negociações entre Brasil e Estados Unidos, concluídas ontem à tarde, no caso das sanções autorizadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para compensar subsídios americanos à produção de algodão.

Empenhados em apresentar uma oferta que evite medidas como o aumento de tarifas na compra de produtos dos EUA e a cassação de patentes e direitos autorais, os americanos apresentaram algumas vantagens em subsídios à exportação, mas só acenaram com a possibilidade de reduzir as subvenções domésticas — o que realmente interessa — em 2012, quando será reformulada a lei agrícola daquele país, conhecida como Farm Bill.

Fim de barreiras depende do Congresso americano A hipótese de uma prorrogação por mais um mês das negociações não está totalmente descartada, mas não é a recomendação da área diplomática.

Isso enfraqueceria a posição brasileira, disse ao GLOBO uma fonte do governo brasileiro trabalha no caso.

Qualquer que seja a decisão da Camex, esta será publicada no Diário Oficial na segundafeira, dia 21, fim do prazo dado pelo Brasil para que se chegasse a um entendimento. A trégua de dois anos proposta pelos americanos leva em conta o prazo para mudanças na Farm Bill. Os detalhes da nova proposta americana só serão revelados hoje.

Um técnico da área de comércio exterior afirmou que, embora as autoridades americanas tenham apresentado “algo mais concreto” na parte de subsídios à exportação, eles admitiram que pouco têm a oferecer em termos de eliminação de barreiras comerciais, por exemplo, ao etanol e ao suco de laranja. Dizem que estão de mãos atadas, pois essas medidas dependem da aprovação do Congresso de seu país.

A retaliação foi autorizada pela OMC no fim do ano passado.

Desde então, após várias consultas ao setor privado brasileiro, ficou decidido que o Brasil taxaria, em até 100%, uma lista de 102 itens importados dos EUA, entre os quais trigo, têxteis, eletroeletrônicos e automóveis.

Outro caminho — o que mais preocupa a Casa Branca — é a cassação ou a suspensão de licenças na área de propriedade intelectual, com destaque para patentes de medicamentos, programas de computadores, filmes e livros



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