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Podemos crescer no comércio

Veículo: O Globo
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Gilberto Scofield Jr.

A caminho de Brasília, onde conversará com o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, o subsecretário de comércio internacional dos EUA, Francisco J. Sánchez, passou em São Paulo, onde deixou claro para empresários que as negociações sobre o acordo de compensação que vai evitar sanções do Brasil a produtos americanos não impedem que os países trabalhem juntos para ampliar uma corrente comercial erodida ao longo dos anos pela emergência chinesa.

O GLOBO: Como ampliar a corrente de comércio entre Brasil e EUA, cada vez mais afetada pela crise americana e pela emergência chinesa?

FRANCISCO J. SÁNCHEZ: Uma das coisas positivas na relação comercial entre Brasil e EUA é que fazemos trocas de itens de alto valor. Não é um relacionamento comercial baseado em commodities. Na indústria aeroespacial, por exemplo, fornecemos partes que entram na composição dos aviões da Embraer, que acabamos comprando do Brasil. No geral, temos uma fundação forte a partir da qual podemos crescer.

Onde?

SÁNCHEZ: Vemos boas oportunidades nos setores aeroespacial, de equipamentos de saúde e de energia limpa.

Neste último, inclusive, vemos parcerias para atuar em terceiros países. Além disso, buscamos a facilitação do comércio com ações dos dois lados, como obtenção de vistos, e muita inovação. Vamos discutir o que pode aumentar exportações de um lado e de outro, sobretudo das pequenas e médias empresas, que representam apenas 1% do comércio americano. A fatia na Alemanha é de 12%.

No acordo de compensação negociado entre Brasil e EUA para evitar sanções brasileiras a itens americanos há espaço para concessões em áreas sensíveis ao Brasil, como etanol e suco de laranja?

SÁNCHEZ: A despeito do ambiente de relacionamento comercial maduro e produtivo entre Brasil e EUA, é certo que há disputas e desacordos.

No geral, temos uma relação robusta e acredito que este acordo de compensação inclui problemas que são uma pequena parte deste relacionamento.

Fico feliz com o fato de que os países estão dispostos a administrar estes desacordos de forma a não aumentar o problema. Pelo que percebo, alguns dos compromissos de mais longo prazo exigem mais trabalho, além da colaboração de nosso Congresso.

Sabemos que é do nosso interesse colocar um fim a este problema e focarmos nossa atenção nas oportunidades à frente.

Há interesses de empresas americanas participarem em projetos de infraestrutura no Brasil, como os do PAC ou de Copa e Olimpíadas?

SÁNCHEZ: Há uma abertura no Brasil e um desejo de incluirmos empresas americanas nestes projetos.

Empresas brasileiras que negociam com o Irã reclamam de pressões americanas por causa dos planos de desnuclearização iraniana.

SÁNCHEZ: É um tema que vem sendo debatido nos EUA, e cabe a nós achar o melhor equilíbrio entre a segurança nacional e a evolução do comércio global. Não é um balanço fácil de atingir



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