Notícias

Exportadoras alongam dívidas

Veículo: Valor Econômico
Seção:
Página:

 
Silvia Rosa

Diante da retomada da liquidez no mercado externo e dos custos das operações de crédito de longo prazo ainda altos em relação ao período pré-crise, muitas companhias têm buscado as linhas de pré-pagamento de Exportação para alongar o seu perfil de endividamento.

As empresa voltaram a tomar mais crédito por meio dessas linhas, seja para rolar suas dívidas ou financiar seus projetos, afirma Nilo Panazzolo, diretor de comércio exterior do Banco do Brasil.

A melhora da liquidez no mercado de crédito internacional fez com que a demanda para esse tipo de operação retornasse com mais força no segundo semestre. Em novembro, a Açúcar Guarani fechou empréstimo de US$ 20 milhões com o Banco Natixis, com prazo de dois anos, com o objetivo de alongar o perfil da dívida, que em setembro somava R$ 1,075 bilhão, sendo 49,8% de curto prazo.

A Marfrig também negociou, em setembro deste ano, uma linha de pré-pagamento de Exportações no valor de US$ 160 milhões com o BB, pelo prazo de cinco anos, para melhorar o perfil da passivo.

Em alguns bancos a contratação de pré-pagamento teve um aumento significativo. Só no BB, o volume de operações fechadas em 2009 cresceu 292% e atingiu US$ 2 bilhões em outubro, contra US$ 510 milhões registrados em 2008. No ano passado, como não dependíamos muito das linhas internacionais, conseguimos ampliar o crédito e ganhar participação de mercado, que hoje está em cerca de 37%, diz Panazzolo.

O HSBC também aproveitou a retração da oferta de crédito por parte dos concorrentes para ganhar mercado. Segundo o diretor de produtos de pessoa jurídica do HSBC, Rodrigo Caramez, o banco apresentou neste ano, até outubro, um crescimento de 30% na carteira de pré-pagamento, contra avanço do mercado estimado por ele em 11%. Só as linhas mais longas de financiamento de comércio exterior, que abrangem o pré-pagamento e Notas de Crédito à Exportação (NCE), que é oferecida em reais, somaram US$ 1,4 bilhão no período. Aumentamos nossa participação de 3,7% para 4,5% do mercado nesses dois produtos neste ano, e queremos crescer de duas a três vezes mais que a concorrência, prevê Caramez.

O Banco Espírito Santo (BES) também tem ampliado as operações de financiamento de comércio exterior no Brasil. Segundo o diretor de mercado de capitais, Márcio Pepino, a divisão comercial do banco tem apresentado um bom desempenho fora do Brasil e levantou € 1,2 bilhão no aumento de capital por meio de subscrição de ações em abril. Além disso, a instituição obteve a aprovação do Banco Central na última semana para o aumento de capital no valor de R$ 100 milhões da unidade brasileira. A capitalização dará reforço para o banco sustentar o crescimento das operações e aumentar a capacidade de obter funding para repassar para as suas unidades nas respectivas geografias onde atua, diz Pepino.

O superintendente de comércio exterior do banco, Rodrigo Campos, também confirma o aumento de demanda. Acabamos de fechar três operações de pré-pagamento em novembro e temos mais duas para o início do ano que vem.



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar