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Redes varejistas devem ter um dos melhores Natais

Veículo: Folha de S. Paulo
Seção: Dinheiro
Página:

FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O consumidor deve gastar neste Natal até o dobro do que desembolsou no final de 2008, o que dever levar o comércio a ter um dos melhores faturamentos dos últimos anos.


Condições mais favoráveis de crédito, renda, juros e prazos de financiamento farão com que, para algumas lojas, as vendas voltem a ter o desempenho de antes da crise financeira mundial, iniciada em setembro de 2008. Grandes redes varejistas avaliam que o resultado neste final de ano pode até ser o melhor já registrado no país.


Projeção feita pelo Provar (Programa de Varejo) da Fundação Instituto de Administração da USP, com base na Pesquisa Trimestral de Intenção de Compras, aponta que os consumidores vão gastar 25,2% mais com a compra de eletroeletrônicos, 14,8% mais com eletrodomésticos e 3,1% mais com produtos de informática e eletroportáteis. O gasto médio com eletroeletrônicos será da ordem de R$ 1.500 por compra. No ano passado, esse valor foi ao redor de R$ 1.200.


As vendas no comércio devem crescer no próximo mês R$ 10,4 bilhões sobre dezembro do ano passado, segundo cálculo feito pela MB Associados, com dados do IBGE. Esse valor é quase dez vezes maior do que o de R$ 980 milhões alcançado em dezembro de 2008 (sobre igual mês de 2007).


"É verdade que grande parte dessa recuperação tem a ver com uma base de comparação muito fraca. Mas também é verdade que parte dessa recuperação se dá pelo dinamismo interno da economia", afirma Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados. No acumulado de 12 meses encerrados em agosto do próximo ano, o aumento de consumo deve alcançar R$ 103 bilhões, segundo estimativa da consultoria.


"Este não será um Natal de presentinhos. Se no ano passado a compra média foi de R$ 50, neste ano será de, no mínimo, R$ 100", diz Abram Szajman, presidente da Fecomercio SP.


Os benefícios fiscais para alguns setores resultaram em antecipação de compra de produtos, o que levou à falta de componentes, modelos e marcas de produtos -caso de televisores de LCD e lavadoras de roupas.


"Mas essa situação foi pontual, localizada. A indústria se preparou para vender em novembro e em dezembro deste ano 30% mais do que em 2008. Não vai faltar produto nas lojas", diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros, associação da indústria eletroeletrônica.


A Mabe, fabricante de eletrodomésticos, espera vender neste Natal 20% mais do que em igual período do ano passado e diz que a entrega de componentes pelos fornecedores está "praticamente normalizada".


"No auge do problema, há cerca de três meses, deixamos de receber 30% do que prevíamos. Mas agora a situação está quase 100% resolvida", afirma Karim Nabi, diretor do Carrefour, que prevê aumento de 20% das vendas neste Natal na comparação com o de 2008.


No Wal-Mart, houve atraso na entrega de TVs de LCD. "A situação se normalizou neste mês", afirma Marcelo Vienna, vice-presidente da empresa.


Wal-Mart, Magazine Luiza, Renner e Decico esperam crescimento de vendas entre 10% e 30% no Natal. "Será o Natal dos consumidores emergentes, novos clientes que se inseriram no consumo, que não curtiam Natal e que passarão a curtir", diz José Galló, diretor-presidente da rede Lojas Renner.



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