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Empresários criticam acerto com argentinos

Veículo: O Estado de S. Paulo
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Raquel Landim

Os empresários brasileiros criticaram o resultado da reunião entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Cristina Kirchner. Os setores avaliam que o prazo para normalizar a situação dos embarques é longo e não há definição sobre o que vai ocorrer com os produtos que já estão à espera de autorização para cruzar a fronteira.

O que vamos fazer com os 2,5 milhões de pares de calçados em estoque? Algumas empresas estão a 200 dias esperando as licenças de importação, disse o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein. Ele afirmou que aguarda uma diretriz do governo brasileiro nos próximos dias. Segundo o empresário, é fundamental para a indústria que esses produtos estejam na Argentina nas próximas semanas, a tempo das compras de Natal.

Os desentendimentos começaram depois que a Argentina elevou o número de produtos sujeitos a licença de importação - procedimento burocrático que deve demorar 60 dias pelas regras da Organização Mundial de Comércio (OMC), mas, na prática, chegava a levar 180 dias. O Brasil retaliou e aplicou medidas semelhantes para produtos argentinos.

Pelo documento avalizado ontem pelos presidentes, a Argentina se compromete a liberar as licenças em 60 dias, mas somente a partir de janeiro de 2010. Não houve definição sobre os produtos que já estão aguardando as licenças ou que seriam embarcados até o fim deste ano. Paramos de exportar no dia 14 de setembro e vamos ficar sem vender até março? O mercado argentino vai ficar desabastecido, disse o principal negociador do Sindicato da Indústria de Autopeças, Antônio Carlos Meduna.

As exportações de baterias, freios e embreagens para a Argentina estão paralisadas desde que o país começou a exigir licenças de importação. Algumas empresas não conseguiram sequer a certificação.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, voltou a acusar o governo argentino de estimular setores da indústria daquele país a promoverem acordos de preços, prática considerada crime no Brasil. Eu acho estranha essa atitude do governo argentino, porque não preserva os interesses do consumidor argentino.

O dirigente elogiou a crítica do presidente Lula ao protecionismo: No discurso, o presidente criticou o protecionismo. Isso é um bom recado. Ele afirmou que a Argentina precisa respeitar o espírito do Mercosul.

COLABOROU ADRIANA FERNANDES


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