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O Brasil decola, diz ''Economist''

Veículo: Estadão
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Revista vê agora risco da arrogância

Patrícia Campos Mello, WASHINGTON

"O Brasil decola - agora, o risco para a grande história de sucesso da América Latina é a arrogância". Esse é o título da reportagem especial publicada ontem pela revista The Economist, que traz na capa uma foto do Cristo Redentor impulsionado por um foguete.

Na edição especial com oito reportagens sobre negócios e finanças no País e mais um editorial, a Economist afirma que o Brasil "entrou em cena no palco mundial" e vai se tornar a quinta maior economia do mundo até 2014. E, depois de ser subestimado por anos, o País hoje supera os outros Brics em vários quesitos.

"O País está passando por seu melhor momento desde que um grupo de navegadores portugueses chegou às costas brasileiras, em 1500", diz outro artigo sobre o Brasil, na revista. "O Brasil já havia sido democrático antes, havia tido crescimento econômico e baixa inflação, mas nunca essas três coisas ao mesmo tempo."

Mas a publicação inglesa alerta para as armadilhas à frente. "Da mesma maneira que seria um erro subestimar o Brasil, também é um erro ignorar suas fraquezas", adverte. "Muito dinheiro do contribuinte está sendo gasto nas coisas erradas" e há pouco investimento público e privado.

Para a Economist, Lula está certo ao dizer que seu país merece respeito e "ele também merece muito da bajulação que recebe". "Mas Lula também tem sido um presidente de muita sorte, colhendo os frutos de um boom de commodities e trabalhando a partir da plataforma sólida construída por seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso".

A revista volta a chamar Lula de "sortudo" em outro artigo. Para manter o bom desempenho do Brasil em um mundo com condições mais difíceis, o sucessor de Lula vai ter de lidar com alguns dos problemas que o presidente achou que podia ignorar, adverte a revista.

A reportagem lembra que, em 2003, quando economistas da Goldman Sachs cunharam o termo Brics, muita gente torceu o nariz para a inclusão do Brasil no time de economias vencedoras. "Brasil? Um país com taxas de crescimento tão minúsculas quanto seus biquínis, vítima de qualquer crise financeira que estiver à espreita, um lugar com instabilidade política crônica, onde a capacidade infinita de desperdiçar seu óbvio potencial é tão lendária quanto seu talento para futebol e carnavais", diz. "Agora, esse ceticismo parece equivocado."

Em artigo (opinião), a Economist diz que o Brasil costumava ser uma promessa, mas agora começa a se tornar realidade. O País não passou incólume pela recessão, mas está entre os últimos a entrar e os primeiros a sair. A revista ainda diz que o Brasil deve crescer 5% em 2010, mas a taxa deve se acelerar à medida que os campos de petróleo comecem a produzir e os países asiáticos continuem consumindo alimentos e minerais do Brasil. "E algum momento antes de 2014, o Brasil vai se tornar a quinta maior economia do mundo."


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