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Importações brasileiras crescem mais de 60%

Veículo: O Estado de S. Paulo
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Jamil Chade

Com um real forte, o Brasil sofreu uma das maiores altas das importações entre as principais economias nos últimos oito meses. Os cálculos foram compilados pela Organização Mundial do Comércio (OMC), mas são baseados nos dados de cada governo. Em termos porcentuais, a expansão das importações no Brasil superou a da França, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Japão.

Entre o ponto mais baixo da recessão, que foi o mês de março, e outubro, as importações no Brasil aumentaram de US$ 8,2 bilhões para US$ 13,3 bilhões por mês. Em valores, outros países tiveram aumentos maiores. Mas, em porcentuais, a expansão foi de mais de 60%, uma das mais altas no período.

Em porcentuais, apenas China e Índia tiveram aumentos mais expressivos entre as 15 maiores economias que tiveram seus dados compilados pela OMC. Entre março e outubro, as importações da Índia aumentaram 69%. Na China, elas chegaram a 70% de alta.

A desvalorização do dólar em relação ao real vem provocando um impacto na decisão de empresas na compra de insumos. O superávit na balança comercial também sofreu encolhimento importante. Entre março e outubro, as exportações do País passaram de US$ 9,6 bilhões para US$ 13,9 bilhões.

A alta de importações, principalmente nos países emergentes, demonstra também a recuperação dessas economias e de seus mercados domésticos. Mas os volumes importados ainda estão bem abaixo dos meses pré-crise, em 2008. O Brasil, em agosto do ano passado, importou US$ 18 bilhões.

Entre os países ricos, a recuperação das importações já começou. Mas de forma bem mais tímida. No auge de 2008, a UE importou US$ 229 bilhões em agosto. O total caiu para US$ 124 bilhões em março deste ano e agora está em apenas US$ 130 bilhões diante de uma economia que parou de cair, mas está estagnada.

Para 2009, a OMC alerta que a queda nos fluxos comerciais será ainda mais profunda do que as previsões iniciais haviam indicado. Cálculos preliminares da entidade apontam que o tombo possa chegar a 11%, em comparação com 2008.

No segundo semestre, a queda do comércio está sendo menos intensa que nos primeiros seis meses do ano. Mas o fim da recessão em algumas economias não foi o suficiente para reverter a situação. No início da crise, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, falava em queda de 7% no comércio em 2009. Alguns meses depois, já falava de 9%. Em meados do ano, a OMC chegou a conclusão de que seria de 10%. Agora, os técnicos já falam em 11%.


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