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Melhora a exportação de manufaturados

Veículo: Valor Econômico
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Arnaldo Galvão

Os números de outubro da balança comercial mostraram alguma reação das exportações em geral, mas as vendas externas de produtos industrializados ainda não se recuperaram.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, essa categoria, que une manufaturados e semimanufaturados, teve aumento de 4% em outubro na comparação com setembro. Mas se for confrontado com outubro de 2008, o resultado mostra queda de 18,5%. De janeiro a outubro, os embarques de bens industrializados foram 29,7% inferiores aos do mesmo período do ano passado. Isolando os produtos manufaturados, as exportações de outubro ficaram 1% acima das de setembro, mas caíram 18,3% sobre outubro de 2008. De janeiro a outubro, recuaram 29,9%.

No lado das importações, foi registrado, em outubro, aumento da entrada de intermediários e bens de consumo, o que indica recuperação econômica e a preparação para as vendas do fim do ano.

Segundo análise do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), as exportações de manufaturados estão com um quadro menos ruim, o que deve ter relação com a recuperação da atividade econômica nos Estados Unidos e nos países latino-americanos, principais compradores desses bens. As vendas externas de manufaturados cresceram 5,1% sobre setembro, de acordo com uma comparação que desprezou fatos típicos do período. Segundo o Iedi, há evolução porque os crescimentos anteriores foram de 4,1% (agosto) e 2,1% (setembro).

A comparação das exportações de manufaturados com outubro de 2008, também indica desempenho menos desfavorável para o Iedi. Além de registrarem a menor queda de 2009 (18,3%), pela primeira vez no ano sua variação negativa foi inferior à registrada nas vendas externas das demais classes de produtos: 19,2% dos semimanufaturados e 20,4% dos básicos.

De janeiro a outubro, as exportações recuaram 24,6% com relação a igual período de 2008, segundo as médias diárias. Nesse critério, as importações caíram 29,4%. Apesar dessas reduções que deprimiram a corrente de comércio, o saldo cresceu 9,1%. Nesse período, as exportações chegaram a US$ 125,88 bilhões e as importações foram de US$ 103,28 bilhões, com saldo de US$ 22,59 bilhões.

O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, disse acreditar que, neste ano, as exportações devem ficar entre US$ 155 bilhões e US$ 160 bilhões, mas o governo ainda não calculou uma meta para 2010. As exportações foram de US$ 14,08 bilhões em outubro, mas sua expectativa para os próximos meses é de níveis semelhantes aos dos mesmos meses de 2008. No ano passado, as vendas externas foram de US$ 14,75 bilhões em novembro e US$ 13,81 bilhões em dezembro. Ele disse que o Brasil tem de diversificar mais seus embarques para a China e admitiu que o país tem de investir mais no aumento da participação no mercado americano.

Ao comentar o impacto do câmbio nas exportações, Barral elogiou a tributação na entrada de capital, mas disse que parte do governo apoia medidas ortodoxas contra um problema - o controle cambial exercido pela China - que é totalmente heterodoxo.



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