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Indústria pede medidas para retomar as exportações

Veículo: O Estado de S. Paulo
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Da Redação


A indústria brasileira está preocupada com a primarização da pauta de exportação do País e pede medidas ao governo. Representantes do setor privado atribuem o problema à crise global, ao câmbio valorizado e à carga tributária.

A exportação ainda está em crise. Para se recuperar, precisa de uma política anticíclica poderosa, diz o diretor do Departamento de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca.

Pela primeira vez desde 1978, as exportações de commodities superaram a de manufaturados. Os produtos básicos ficaram com 42,8% das vendas externas de janeiro a agosto, acima dos 42,5% dos manufaturados. Em igual período de 2008, os manufaturados representavam 46,6% e os básicos, 37%.

As vendas externas de manufaturados caíram 31,3% de janeiro a agosto em relação a igual período de 2008. A queda foi mais abrupta que nos básicos, cujas vendas cederam 13%.

Para a gerente executiva da unidade de negociações internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Soraya Rosar, a virada dos produtos básicos na pauta de exportação ainda é pequena e foi provocada pela crise, porque os grandes mercados de manufaturados ainda estão retraídos.

Só que não podemos deixar de aproveitar este momento para melhorar a nossa competitividade. A indústria tem que se preparar para quando a demanda voltar, porque a concorrência aumentou muito no pós-crise, avaliou a executiva.

O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, destacou que 2009 é um ano atípico, por conta da crise mundial, que reduziu a demanda dos clientes de manufaturados do Brasil, principalmente os Estados Unidos. Segundo ele, a tendência de maior participação de básicos na pauta de exportação não deve se manter no longo prazo.

Mas o que realmente preocupação o governo é que o Brasil esteja preparado para retomar as exportações de manufaturados quando a demanda voltar no ano que vem. A competição vai ser muito mais acirrada, disse Barral.

Segundo o secretário, o ministério do Desenvolvimento está buscando novas medidas de apoio ao exportador, como desburocratização e mais missões comerciais para a abertura de mercados. Barral não deu detalhes sobre as medidas em gestação no ministério da Fazenda. Fontes do governo não acreditam que o pacote de apoio ao exportador será significativo, por conta das limitações fiscais.

Para Giannetti da Fonseca, da Fiesp, algumas medidas que poderiam ser tomadas pelo governo são: a criação de um Eximbank para apoiar as exportações, a adoção de uma solução intermediária para a disputa entre exportadores e governo pelo crédito-prêmio de IPI, e uma intervenção mais ativa no mercado de câmbio.


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