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ONU não vê recuperação econômica

Veículo: O Globo
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Da Redação


Contrariando o otimismo generalizado, economistas das Nações Unidas afirmaram ontem que não haverá uma recuperação rápida da recessão global e alertaram que a suspensão dos programas de estímulo pode agravar a crise. Em seu relatório anual, a agência de comércio e desenvolvimento da ONU, a Unctad, também pediu a criação de um novo sistema mundial de reservas, utilizando várias moedas, em lugar de apenas o dólar americano, além de controles mais rigorosos nos fluxos financeiros internacionais.

"A probabilidade de uma recuperação nos principais países desenvolvidos, que seria suficiente para trazer a economia mundial de volta ao ritmo de crescimento pré-crise nos próximos anos, é bastante baixa", diz o documento.

Para diretor, há apenas especulação de retomada Brasil, Rússia, Índia e China (o grupo de grandes emergentes chamado Brics) já haviam pedido este ano a substituição do dólar como principal moeda nas reservas, devido ao fato de a crise ter se originado nos Estados Unidos. A China, que tem as maiores reservas em dólar do mundo, disse que uma moeda supranacional, nos moldes dos Direitos Especiais de Saque, do Fundo Monetário Internacional (FMI), trariam mais estabilidade à economia global.

Tanto Heiner Flassbeck, coautor do relatório divulgado ontem, como o secretário-geral da Unctad, Supachai Panitchpakdi, afirmaram não estar observando sinais de recuperação nas economias ricas.

— Nós não vemos nenhuma retomada real — disse Supachai.

— Não há qualquer sinal de fortalecimento dos fatores econômicos.

As conclusões da Unctad vão na direção contrária de pesquisas e dados econômicos recentes, que sugerem que Estados Unidos e Europa podem estar se recuperando.

— O que está acontecendo é especulação de uma recuperação, uma tentativa de antecipar a retomada — afirmou Flassbeck. — Mas é uma ficção, ainda não está aí. Seria bastante perigoso se os governos começassem a falar sobre estratégias de retirada das políticas de estímulo.

No relatório, de 181 páginas, a Unctad afirma que o "inverno econômico" está longe de acabar.

(Com Bloomberg News e agências internacionais


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