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Falta mão de obra qualificada em Blumenau
Veículo: Folha de Blumenau
Seção: economia
Página: http://www.folhadeblumenau.com.br/novosite/noticia.php?noticia=7043
Seção: economia
Página: http://www.folhadeblumenau.com.br/novosite/noticia.php?noticia=7043
Matéria publicada na edição 289, no dia 17-07-2009
Para quem entra nas agências de emprego de Blumenau, a crise financeira mundial parece não ter afetado a cidade. Nesta semana, foram abertas mais de 200 vagas apenas em duas agências, que continuam, sem serem preenchidos por falta de profissionais qualificados. As principais carências são nos setores da construção civil e têxtil, afetados pelo mercado informal e pela falta de interesse a determinados postos de trabalho.
Só em uma agência, 60 vagas estavam abertas na área operacional na última terça-feira (14). Segundo a gerente do Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Blumenau, Sandra Regina Schatz, para cargos que exigem pouca experiência, a rotatividade é muito grande, pois os funcionários deixam a empresa por propostas maiores.
“As vagas que nunca fecham são para pedreiros, carpinteiros e costureiras. Para esses, faltam profissionais qualificados já que o mercado está aquecido e a informalidade acaba pagando um salário maior”, explica.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, há poucas pessoas interessadas em trabalhar como costureiras. “As jovens de hoje preferem trabalhar em bancos, com informática ou em lojas. Como rejeitam o trabalho de costureira, acabam não fazendo os cursos necessários para as nossas vagas”, lamenta.
Já o setor da construção civil tem dificuldades em contratar também devido ao mercado informal. Segundo o presidente do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon), Jorge Luiz Strehl, o mercado está aquecido por causa dos programas de incentivo do Governo Federal, mas falta fiscalização.
“Um pedreiro ganha cerca de R$ 5,00 por hora trabalhando numa empresa. Por fora, ilegalmente, pode ganhar R$ 15,00. A fiscalização confere se um prédio está sendo construído dentro das leis, mas ignora as obras em casa, feitas sem contrato, sem engenheiro responsável”, denuncia.
Qualificação
Para a gerente de Recursos Humanos da construtora Mestra, Liliane Schmidt, a dificuldade no mercado começa nos cursos profissionais. Ela conta que uma turma para pedreiros com 100 vagas foi aberta pela empresa, em parceria com o sindicato patronal, mas apenas 15 se inscreveram.
“Pedreiro é uma profissão quase em extinção. Os que se oferecem para trabalhar acabam sendo serventes, porque não têm capacitação necessária. As condições de trabalho afastam novos profissionais. Jovens sem qualificação preferem trabalhar dentro de uma fábrica, do que na rua em uma obra”, acredita.
Pedreiro autônomo chega a ganhar três vezes mais que o registrado em uma empresa
Pedreiro há 44 anos, Walfredo Bachmann trabalha hoje como autônomo e emprega outros três profissionais do ramo. Para ele, não falta apenas qualificação do mercado, mas também interesse e compromisso “sério” na área.
“Tem gente que faz o serviço um dia e se acha pronto para pegar uma obra. Outros trabalham três dias, pedem dinheiro e não voltam mais”, alerta Bachmann, que trabalha atualmente em quatro serviços distintos.
Segundo Bachmann, um bom pedreiro ganha até três vezes mais como autônomo do que como funcionário de uma empresa. “Mas isto não é a maioria. Por exemplo, alguns cobram R$ 8 a hora em uma obra. É mais do que paga uma empresa, mas eles se esquecem que autônomo não tem férias, 13º salário e nem aposentadoria. Qual será que vale mais a pena?”, indaga.
Para reverter o quadro na área de construção civil, empresas e entidades sindicais, em parceria com governos, têm promovido cursos de capacitação aos trabalhadores do setor. Desde o final do ano passado, cerca de 185 mil beneficiários do Programa Bolsa Família estão sendo treinados em áreas da construção civil.
Os cursos buscam formar profissionais em ocupações como pintor, azulejista, encanador, carpinteiro, mestre de obras, operador de trator, eletricista e gesseiro. A ideia é, depois da capacitação de aproximadamente 200 horas, contratar os beneficiários para trabalhar nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Onde buscar qualificação
Sine - Sistema Nacional do Emprego
Rua Braz Wanka, 238, bairro Vila Nova - Fone 3327-3335
Senai - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Rua São Paulo, 1147, bairro Victor Konder – Fone: 3321-9600
Só em uma agência, 60 vagas estavam abertas na área operacional na última terça-feira (14). Segundo a gerente do Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Blumenau, Sandra Regina Schatz, para cargos que exigem pouca experiência, a rotatividade é muito grande, pois os funcionários deixam a empresa por propostas maiores.
“As vagas que nunca fecham são para pedreiros, carpinteiros e costureiras. Para esses, faltam profissionais qualificados já que o mercado está aquecido e a informalidade acaba pagando um salário maior”, explica.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, há poucas pessoas interessadas em trabalhar como costureiras. “As jovens de hoje preferem trabalhar em bancos, com informática ou em lojas. Como rejeitam o trabalho de costureira, acabam não fazendo os cursos necessários para as nossas vagas”, lamenta.
Já o setor da construção civil tem dificuldades em contratar também devido ao mercado informal. Segundo o presidente do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon), Jorge Luiz Strehl, o mercado está aquecido por causa dos programas de incentivo do Governo Federal, mas falta fiscalização.
“Um pedreiro ganha cerca de R$ 5,00 por hora trabalhando numa empresa. Por fora, ilegalmente, pode ganhar R$ 15,00. A fiscalização confere se um prédio está sendo construído dentro das leis, mas ignora as obras em casa, feitas sem contrato, sem engenheiro responsável”, denuncia.
Qualificação
Para a gerente de Recursos Humanos da construtora Mestra, Liliane Schmidt, a dificuldade no mercado começa nos cursos profissionais. Ela conta que uma turma para pedreiros com 100 vagas foi aberta pela empresa, em parceria com o sindicato patronal, mas apenas 15 se inscreveram.
“Pedreiro é uma profissão quase em extinção. Os que se oferecem para trabalhar acabam sendo serventes, porque não têm capacitação necessária. As condições de trabalho afastam novos profissionais. Jovens sem qualificação preferem trabalhar dentro de uma fábrica, do que na rua em uma obra”, acredita.
Pedreiro autônomo chega a ganhar três vezes mais que o registrado em uma empresa
Pedreiro há 44 anos, Walfredo Bachmann trabalha hoje como autônomo e emprega outros três profissionais do ramo. Para ele, não falta apenas qualificação do mercado, mas também interesse e compromisso “sério” na área.
“Tem gente que faz o serviço um dia e se acha pronto para pegar uma obra. Outros trabalham três dias, pedem dinheiro e não voltam mais”, alerta Bachmann, que trabalha atualmente em quatro serviços distintos.
Segundo Bachmann, um bom pedreiro ganha até três vezes mais como autônomo do que como funcionário de uma empresa. “Mas isto não é a maioria. Por exemplo, alguns cobram R$ 8 a hora em uma obra. É mais do que paga uma empresa, mas eles se esquecem que autônomo não tem férias, 13º salário e nem aposentadoria. Qual será que vale mais a pena?”, indaga.
Para reverter o quadro na área de construção civil, empresas e entidades sindicais, em parceria com governos, têm promovido cursos de capacitação aos trabalhadores do setor. Desde o final do ano passado, cerca de 185 mil beneficiários do Programa Bolsa Família estão sendo treinados em áreas da construção civil.
Os cursos buscam formar profissionais em ocupações como pintor, azulejista, encanador, carpinteiro, mestre de obras, operador de trator, eletricista e gesseiro. A ideia é, depois da capacitação de aproximadamente 200 horas, contratar os beneficiários para trabalhar nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Onde buscar qualificação
Sine - Sistema Nacional do Emprego
Rua Braz Wanka, 238, bairro Vila Nova - Fone 3327-3335
Senai - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Rua São Paulo, 1147, bairro Victor Konder – Fone: 3321-9600
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