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Com forte impulso do consumo, PIB deixa recessão para trás
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Página: www.valor.com.br
Conjuntura: Previsões mais otimistas apontam para alta de mais de 2% no 2º trimestre
O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2009 confirmará que a recessão ficou para trás, com um crescimento que pode superar 2% em relação ao trimestre anterior, feito o ajuste sazonal, segundo as previsões mais otimistas. Divulgados ontem, os números de vendas no varejo de maio reforçaram a avaliação de que o consumo das famílias - o principal motor da demanda - avança a um ritmo razoável, impulsionado pela massa salarial, que nos 12 meses até maio ainda cresceu 6,6%, descontada a inflação. A possibilidade de que o PIB tenha uma variação ligeiramente positiva no ano aumentou, embora vários analistas ainda apostem em contração em 2009. No quarto trimestre de 2008, o PIB recuou 3,6% sobre terceiro, devido ao impacto da crise global. No primeiro trimestre deste ano, houve nova queda, de 0,8%, caracterizando um quadro de "recessão técnica", marcado por duas retrações trimestrais seguidas do PIB. O economista-chefe do Esses fatores impulsionam as vendas no varejo, que em maio cresceram 0,8% em relação a abril, feito o ajuste sazonal. Nesse cenário, Oliveira projeta preliminarmente uma alta de 2,3% para o PIB no segundo trimestre, na comparação com o primeiro. No começo do mês, ele revisou a sua estimativa para o resultado do ano de crescimento zero para um avanço de 0,3%. "Outro ponto importante é que o impacto máximo do afrouxamento da política monetária deve ocorrer no quarto trimestre deste ano", afirma Oliveira. O estrategista-chefe do Com isso, Lintz também mudou a sua estimativa para o PIB no ano. Em vez de uma queda de 1,2%, ele passou a projetar retração de 0,9%. Um dos problemas é que a "herança estatística" (o carry over) que 2008 deixou para 2009 é muito negativa, de 1,5%. Isso significa que, se a economia se mantivesse no nível do fim do ano passado, o PIB encolheria 1,5% neste ano. Mas há outros motivos para a cautela de Lintz: a massa salarial vai perder fôlego ao longo do ano e o setor automotivo terá um quarto trimestre mais fraco do que os anteriores, já que a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos vai aumentar gradualmente a partir de outubro. Além disso, o impacto da redução do esforço fiscal do governo tende a ser menor daqui para frente. A economista Silvia Ludmer, do Os economistas do A economista Marcela Prada, da Já a situação na indústria é mais complicada, observa ela. De janeiro a maio, houve recuperação em relação aos meses imediatamente anteriores, mas o nível de produção ficou bem abaixo do registrado nos mesmos períodos de 2008. Para junho, estimativas com base na produção de automóveis, consumo de energia e fluxo de veículos pesados apontam um resultado menos favorável à produção industrial. O BNP Paribas projeta queda de 0,3% em relação a maio e de 11,3% sobre junho de 2008. |
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