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Argentinos barram têxteis brasileiros

Veículo: Jornal de Santa Catarina
Seção: Economia
Página: www.santa.com.br

 

Por causa do protecionismo do vizinho, exportações de SC caíram 41,6% de janeiro até maio

BLUMENAU - A relação comercial entre Brasil e Argentina pode ganhar um novo rumo a partir deste mês. Santa Catarina, diante da queda brusca nas exportações do Estado para os hermanos, acompanha o debate de perto. Desde o final do ano passado, o governo argentino tem reforçado as medidas protecionistas contra os produtos brasileiros. A indústria têxtil é uma das mais atingidas. Após as eleições legislativas na Argentina, a expectativa da indústria catarinense é de que o governo brasileiro adote uma postura mais firme.

– Este é o momento adequado para o governo brasileiro tomar uma iniciativa. A postura argentina vai totalmente contra ao que prega o Mercosul e a OMC (Organização Mundial do Comércio) – cobra a presidente da Câmara do Comércio Exterior da Federação da Indústria de Santa Catarina (Fiesc), Maria Teresa Bustamante.

No saldo acumulado entre janeiro e maio, SC exportou US$ 149,5 milhões para o mercado argentino, uma queda de 33,13% em relação ao mesmo período do ano passado. Apenas no setor têxtil catarinense, o tombo foi de 41,6% na mesma base de comparação. Nas confecções de malhas, a redução chega a 50%.

Se não houver resposta firme do governo federal contra as medidas da Argentina, o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, acredita que as exportações continuarão descendo a ladeira. Kuhn deposita as esperanças de se reverter este quadro na reunião bilateral entre representantes do Brasil e da Argentina, prevista para ocorrer este mês.

– A espera das eleições legislativas da Argentina fez parte de uma espécie de código de ética entre países vizinhos. Mas agora é a hora de rever essas medidas protecionistas. Estamos vivendo uma absoluta imprevisibilidade do fluxo comercial – aponta o presidente do Sintex.

Maria Teresa reclama que, apesar de apontar a redução na compra de produtos brasileiros como alternativa para fortalecer a própria indústria, os argentinos têm aumentado a compra de outros países.



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