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Apesar do frio – tão esperado pelo setor têxtil – ainda não ter dado o ar da graça, empresas que participaram da 10ª Texfair do Brasil apostam no aquecimento dos negócios no Inverno. Isso porque a prévia observada durante os quatro dias de feira foi bastante promissora. A blumenauense Karsten, por exemplo, encerrou a participação na Texfair com um largo sorriso e o registro de 50% de aumento de vendas em relação à edição passada.

Os ventos de crise que vieram do Norte não serviram para esfriar o ânimo da Texfair. A grande maioria das empresas apostou em aumentar os investimentos para a feira, como a melhor forma de enfrentar os agouros do mercado financeiro. Segundo o organizador da feira, Renato Valim, nesta 10ª edição da Texfair, foram maiores os investimento nos estandes. “Nas outras edições, os estandes seguiam quase todos o mesmo padrão”. explica.

A estratégia parece ter surtido resultado positivo. De acordo com Valim, as expectativas foram atingidas. “Em relação a negócios superou as expectativas. É a mais bonita edição de todas e com maior diferencial”, declara. Apesar da diminuição de cerca de 10% dos visitantes, ele considera que este ano o público teve maior qualificação.

As considerações do organizador da 10ª Texfair se traduzem em números para as empresas. A reportagem da Folha ouviu cinco das 37 empresas que participaram da feira – de subsetores diferentes dentro da indústria têxtil – e o saldo positivo foi unanimidade.

A Karsten comemorou, no final da Texfair, a superação das expectativas com um aumento de 50% de vendas em relação ao ano passado. A coordenadora de marketing da empresa, Cláudia Bortolon, diz que apesar do público ter diminuído, o resultado comercial foi bom. “A crise não chegou a nos afetar de forma significativa”, declara



Qualidade



No setor de cama, mesa e banho, a Teka apostou no novo “look” que a empresa deu aos produtos, estilo e qualidade. O diretor comercial da Teka, Ralf Greuel, no ritmo do último dia de Texfair disse, com bom humor, que a crise é psicológica. “O crescimento da feira foi um sucesso, excepcional pelo número de pessoas. O resultado das vendas deve ter um aumento de cerca de 10%”, avalia. Greuel afirmou que apenas sentiu falta dos argentinos na feira.

A concorrente Altenburg, também do setor de cama, mesa e banho, se surpreendeu com a venda dos lançamentos. O diretor comercial e de marketing da empresa, Quilian Miguel Rausch, adianta que os lançamentos tiveram 20% da produção da empresa em um mês. Em relação às vendas do ano passado, Rausch garante que o crescimento foi bom, o aumento das vendas foi cerca de 4%. Segundo o diretor, o ponto negativo foi o clima que não colaborou.



Estações



Para a gerente de marketing da Coteminas, Alanir Correia, o movimento foi menor comparado com o ano passado, porém, o público foi melhor – ou seja, comprou mais. “Quando a feira acontece no final do mês, acredito que o movimento é maior. A nossa aposta foi nos lançamentos, em kits com cobre-leito, que vende em todas as estações do ano”, afirma.

No setor de vestuário, a Hering obteve um aumento de 15% nas vendas em relação ao ano anterior. O gerente comercial Cláudio Hering Meyer também festeja os resultados. “O lucro foi num todo, não teve um setor que teve distinção”, afirma, lembrando que a crise não atrapalhou nas vendas.

Meyer, no entanto, considera que, para a 11ª edição da Texfair poderia ser experimentada uma nova estratégia para turbinar ainda mais as vendas. “O calendário deveria ser revisto, antecipado”, sugere. Para Meyer, o ideal seria que a feira ocorresse em março, quando as empresas do setor de vestuário lançam, tradicionalmente suas coleções de Outono/Inverno. “Em maio, as coleções já foram lançadas”, lamenta. A coordenadora de marketing da Karsten, Cláudia Bortolon, concorda com Meyer, mas por outro motivo. Para ela, a antecipação da feira, precedendo o Dia das Mães, poderia impulsionar as vendas.