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Índia: ITV baixa preços
Seção: Mercados
Página: www.portugaltextil.com
Os fornecedores indianos da Indústria Têxtil e do Vestuário estão a ser afectados pela forte concorrência e têm sido obrigados a baixar os seus preços para não perderem a sua influência mundial, nem mais encomendas de grandes clientes como a Mango, a Primark ou a Wal-Mart.
A forte desvalorização da rupia indiana não tem sido suficiente para reanimar as exportações da Indústria Têxtil e do Vestuário (ITV) daquele país. Apesar de anteciparem uma recuperação do seu volume de exportações devido a essa desvalorização, a situação económica actual e a forte competição dos países vizinhos tem tido um efeito perverso na carteira de encomendas dos exportadores da ITV indiana.
Perante esta situação, a maioria das empresas indianas entrou numa dura batalha de preços com os seus concorrentes de outras paragens, o que tem vindo a provocar uma diminuição dos valores que estão a cobrar aos clientes que ainda vão colocando encomendas. Esta redução de preços tem levado a um estreitamento das margens, o que está a levar a um inevitável enfraquecimento financeiro das empresas.
Retalhistas internacionais como a Wal-Mart, Target, Primark, Mango e outros grandes players, que introduziram recentemente plataformas electrónicas de leilões de vestuário, estão a deixar os produtores numa situação complicada. Os exportadores estão a perder encomendas para outros concorrentes asiáticos que acabam por cotar os artigos a preços inferiores. Essas diferenças situam-se, geralmente, entre os 10 e os 50 cêntimos de dólar.
Países como o Bangladesh, Vietname e a China estão a captar muitas das encomendas anteriormente entregues aos fornecedores indianos devido essencialmente a um “pricing” mais agressivo. Com a carteira de encomendas a cair drasticamente nos últimos quatro meses, muitas empresas indianas encontram-se actualmente a passar por sérias dificuldades. Esta situação tem levado a que muitas comecem a aceitar encomendas por qualquer preço.
Os leilões electrónicos lançados por marcas internacionais como a Nike, a M&S e a Diesel têm levado a duras negociações em categorias de vestuário como a camisaria básica, calças e artigos de jeanswear. A situação tem feito com que os artigos produzidos tenham que incorporar menos valor acrescentado e detalhes de menor qualidade.
Com a quantidade e variedade de opções existentes actualmente nos mercados compradores e com as potencialidades que estes estão a obter das plataformas electrónicas, os fornecedores não têm muitas alternativas. Têm que concordar com os preços impostos pelos grandes compradores mundiais.
«São eles que comandam os preços e vão colocar os fornecedores numa luta entre si para obterem o melhor negócio possível. Tudo isto com ferramentas e sistemas de informação cada vez mais automáticos, que lhes permitem um maior controlo sobre todo o processo», referiu DK Nair, secretário-geral da Confederação Indiana da Indústria Têxtil.
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