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Indústrias retomam produção

Veículo: Jornal de santa Catarina
Seção: Economia
Página: www.santa.com.br

Maioria das empresas já voltou a operar, mas pequenos negócios dependem de ajuda para recomeçar
 
BLUMENAU - A economia de Blumenau volta aos trilhos, aos poucos. Entidades empresariais confirmam que a maioria das empresas do município voltou a produzir. Segundo o Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário (Sintex), desde o início da semana mais de 85% da força de trabalho retornou à ativa. Na semana que vem a produção será normalizada. Quem sentiu mais os efeitos da chuva foram as micro e pequenas empresas, que buscam linhas de crédito para a recuperação.

A Associação Empresarial de Blumenau (Acib) estima que a grande maioria das 870 empresas associadas já esteja operando normalmente. As perdas mais significativas são decorrentes da paralisação da produção devido à falta dos funcionários no trabalho. No setor têxtil, por exemplo, a cheia representou prejuízo de quase R$ 160 milhões. Quanto à estrutura das empresas de maior porte, a situação é bem menos grave do que nas enchentes da década de 80.

Entre os pequenos empreendedores, o quadro é mais preocupante. De acordo com a presidente da Associação das Micro e Pequenas Empresas de Blumenau (Ampe), Sônia Medeiros, das 1,5 mil empresas associadas, 750 voltaram à rotina de trabalho. Outras 500, atingidas diretamente pelas chuvas, precisarão de aportes financeiros para voltar a funcionar como antes. Alguns empreendedores também aguardam pareceres da Defesa Civil sobre deslizamentos nas sedes.

A Ampe reuniu associados, representantes de bancos e de cooperativas de crédito ontem de manhã, na sede da entidade. Caixa, Blusol, Banco do Brasil, Viacredi e Sicredi apresentaram possibilidades de empréstimos recém-criadas ou já existentes para ajudar os empresários a reerguer os negócios.

– Temos ofertas de empréstimos, mil promessas dos governantes, mas nada concretizado. Acredito que daqui pra frente vamos bater na porta daqueles que assinam as liberações – disse Sônia.

– Não temos condições de pegar mais emprestado. Precisamos da sensibilidade do governo para conceder subvenção econômica o mais rápido possível – pediu, emocionado, o proprietário da Lajetubos, Amarildo Ramos.

A empresa dele foi destruída pelo deslizamento no Morro Ristow. O prejuízo chegou a R$ 500 mil.

 
Levantamento

Ampe e Acib estão levantando os prejuízos diretos e indiretos das empresas associadas. A Acib pediu resposta das empresas até amanhã e a Ampe solicitou que os dados cheguem o mais rápido possível. Os formulários incluem estimativa de crédito necessário para alavancar os negócios, necessidade de renegociação de dívidas com entidades financeiras, tempo de carência para iniciar o pagamento de empréstimos e prejuízos materiais. As informações farão parte do relatório de prejuízos que será enviado ao governo federal.


Reivindicações

O que as empresas da região apontam como necessidades urgentes:
- Liberação do salto total do FGTS para a população do Vale do Itajaí
- Liberação de linha de crédito para capital de giro a partir de R$ 100 mil a custo zero, com carência de 180 dias e 60 meses para quitação, conforme as necessidades de pagamento de cada empresa
- Flexibilidade para apresentação de garantias e documentos cadastrais
- Desburocratização: substituição de todas as certidões negativas por apenas uma declaração de sócio
- Postergação dos tributos por 90 dias
- Renegociação dos tributos federais, estaduais e municipais pendentes e carência de 90 dias para reinício de pagamento
- Restabelecimento da transferência de crédito ICMS das micro e pequenas empresas no valor 17% dirigidas às empresas adquirentes, conforme o Simples Estadual anterior



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